Composta por 25 sanfoneiros, sendo duas mulheres, três percussionistas e um baixista, sob a regência de Evanilson Vieira da Silva, a Orquestra Sanfônica de Aracaju (ORSA) participou na última sexta-feira, dia 20, do 1º Festival Internacional da Sanfona. O evento ocorreu na cidade de Juazeiro (BA), no período de 16 a 21 de março, e reuniu um público de mais de 20 mil pessoas por noite.
Projeto do prefeito Edvaldo Nogueira, com o apoio da Prefeitura de Aracaju, através da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju), a ORSA fez uma brilhante apresentação, ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Dominguinhos, Elba Ramalho, Raimundinho do Acordeon, Cicinho de Assis e Targino Gondim.
O show começou no palco principal da Orla 2 com a música considerada o hino do nordeste brasileiro: ‘Asa Branca' - momento de tributo ao Rei do Baião Luiz Gonzaga, que assim como Sivuca também foi homenageado durante todo o evento. Um dos grandes destaques da apresentação foi a performance do sanfoneiro Robertinho dos Oito Baixos, que desceu do palco e tocou, dançou e brincou ao lado do público.
No final, houve uma participação especial dos músicos Cicinho de Assis e Targino Gondim, que juntaram-se à Orquestra Sanfônica de Aracaju e fizeram o encerramento com a mesma música de abertura, ‘Asa Branca'.
A platéia ficou encantada com o que viu e ouviu. "Coisa rara! Apresentação como esta agente nunca viu por aqui. O grupo é muito bom. Tem uma harmonia perfeita, isso valoriza o artista. Pena que em nosso Estado ainda não se criou um projeto como esse", confessou o músico Antônio Manoel de Souza, mais conhecido como Manoelzinho do Acordeon, que toca há 30 anos na Bahia.
Revelação
O ‘mestre' Dominguinhos revelou estar impressionado com a apresentação da ORSA. Para o artista, aos poucos a capital sergipana está se transformando na Meca do São João. "Antigamente, quando se falava em festa junina, era Campina Grande na Paraíba, Caruaru em Pernambuco, Senhor do Bomfim e Amargosa na Bahia. Aracaju, depois do Forró Caju, passou a fazer parte do cenário nacional com relação aos festejos juninos. Talvez isso esteja incentivando e consequentemente revelando grandes músicos sanfoneiros", observou.
Para o compositor e cantor Targino Gondim, que durante o festival realizou a gravação do seu DVD ao vivo, com a participação de Dominguinhos e Elba Ramalho, o projeto do prefeito Edvaldo Nogueira é de grande valor para revelar novos nomes. "Como sanfoneiro, só conheço quatro orquestras sanfônicas: em Campina Grande, São Paulo, Recife e Aracaju. Esse projeto não só valoriza os músicos, mas também mostra um trabalho com direção. A sanfona é o instrumento do Nordeste, e tem importância na história do nosso país", enfatizou.
O músico e regente Evanilson Vieira da Silva avalia como de grande importância para todos os artistas a participação em um evento tão grande como essse, em se tratando de valor musical. "É uma oportunidade ímpar para divulgar qualquer trabalho, além de valorizar a arte de tocar sanfona", comentou.
O festival
Foi às margens do rio São Francisco, que atravessa e faz divisa com os Estados da Bahia e Pernambuco, que aconteceu a 1ª edição do Festival Internacional da Sanfona, realizado no período de 16 a 21 de março, em Juazeiro e Petrolina, sob a curadoria do cantor, sanfoneiro e compositor Targino Gondim. O evento teve a abertura solene no último dia 17, no Centro de Cultura João Gilberto.
O festival faz exaltação à música nordestina por meio do encontro de instrumentistas e artistas consagrados no Brasil e no exterior. Além disso, tem uma vasta programação, que incluiu palestras, atividades educativas, oficinas, exposições, grandes espetáculos e a gravação do 2º DVD de Targino Gondim.
Entre as apresentações e artistas convidados no evento que homenageou o ‘Rei do Baião' Luis Gonzaga e Sivuca estavam: Dominguinhos, Oswaldinho do Acordeon, Elba Ramalho, Mirco Patarini (Itália), Renato Borghetti, Cicinho de Assis, Luizinho Calixto, Mestre Camarão, Clã Brasil, Raimundinho do Acordeon, Orquestra Sanfônica de Aracaju, entre outros.
