Exposição resgata o papel de Aracaju na II Guerra Mundial

Agência Aracaju de Notícias
27/03/2009 09h40
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Quem costuma frequentar as praias da Atalaia e do Mosqueiro, em Aracaju, e a Caueira, no município de Estância, dificilmente imagina que esses locais já serviram de velatório, durante a II Guerra Mundial. No final da década de 1930, a capital sergipana foi duramente castigada pelos ataques dos submarinos alemães. De acordo com a imprensa aracajuana da época, os torpedeamentos ocorreram em frente às praias sergipanas. Gritos e pedidos de socorro no meio do mar eram logo silenciados, dando lugar a dezenas de corpos perdidos.

Esses e outros relatos incríveis sobre os ataques sofridos pelas embarcações aracajuanas durante a II Grande Guerra são o foco da exposição ‘Aracaju, uma cidade sitiada', no Museu do Homem Sergipano, que teve início no último dia 12 de março e segue até o dia 11 de abril. Os diversos materiais exibidos na sede do museu são o resultado de uma pesquisa realizada pelo professor Antônio Pinto Cruz, iniciada quando era ainda estudante do curso de História da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Nela, o professor demonstra a participação da população aracajuana nos sofrimentos de uma guerra que se tornou muito próxima, marcando diretamente a vida de pessoas acostumadas a um cotidiano pacato e até melancólico.  

Com textos e documentos da época, a pesquisa mostra que, embora náufragos e destroços dos torpedeamentos tivessem atingido outros locais do litoral sergipano, a cidade de Aracaju terminou sendo o lugar das manifestações e o ponto de chegada dos sobreviventes, com suas dores e histórias assustadoras. As mudanças que atingiram a capital sergipana e seus habitantes naquele período ficaram na memória e na história da cidade. A antiga Rua da Frente - atuais avenidas Rio Branco e Ivo do Prado -, concentravam todo o movimento das canoas, navios e até mesmo hidroaviões, que atraíam comerciantes, pescadores e a própria população que ia passear e esperar a chegada dos viajantes. Mas, em agosto daqueles anos de 1942 e 1943, as embarcações tão esperadas não chegavam na hora prevista, com os parentes e amigos tão aguardados. Tudo era substituído por cadáveres mutilados, objetos que vinham boiando dos oceanos - chamados pela população de ‘malafogados' ou de ‘salvados' - e náufragos que chegavam debilitados e seminus.

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