Cerca de 16% dos aracajuanos sofrem de obesidade, de acordo com pesquisa feita pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). No entanto, esse percentual está diminuindo, graças ao Ambulatório de Triagem para Pessoas com Obesidade, criado pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA).
Localizado no Hospital Universitário (HU), o ambulatório conta com 13 profissionais, entre médicos cirurgiões, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, todos preparados para receber e solucionar casos de obesidade que chegam ao HU. "O centro foi criado há um ano, devido à demanda de tratamento específico para a obesidade em Aracaju. Nós fazemos a triagem das pessoas que chegam, classificando-as como pacientes de baixo risco, com obesidade grave ou com obesidade mórbida", explica a endocrinologista Karla Freire Rezende.
Segundo ela, a criação do ambulatório é resultado de uma grande e bem sucedida parceria. "A Organização do Cuidado ao Portador de Obesidade em Sergipe fez um pacto junto ao Ministério Público. A Secretaria Municipal da Saúde [SMS] se encarregou de criar o ambulatório e disponibilizar um profissional para a triagem. O Governo do Estado entrou com os materiais para a realização das cirurgias e um nutricionista. E o HU cedeu o espaço para a realização dos procedimentos cirúrgicos", afirma.
Cirurgia bariátrica
De acordo com a doutora Karla Freire, todas as decisões referentes ao tratamento são tomadas com muita cautela. "Os pacientes que chegam aqui geralmente são encaminhados por algum posto de saúde. Mas, mesmo assim, fazemos novamente toda a triagem no ambulatório multidisciplinar", afirma.
O procedimento é realizado sempre às terças, a partir das 14 horas. "Para os pacientes de baixo risco, um nutricionista prescreve a reeducação alimentar, aliada a exercícios físicos. Os casos de obesidade grave também são acompanhados com dieta e exercícios físicos, além de medicamentos controlados. Já as pessoas com obesidade mórbida são preparadas para a cirurgia bariátrica", explica. Após a cirurgia, todos os pacientes se recuperam com o acompanhamento de nutricionista e psicólogo.
"Atualmente, nós realizamos quatro cirurgias por mês. No entanto, a pretensão é ampliar o ambulatório e realizar 10 procedimentos por mês. É o que denominamos de demanda reprimida, pois como o serviço não existia antes, a procura ficou acumulada", esclarece a médica.