PMA garante assistência a pacientes com fissura lábio-palatina

Saúde
20/04/2009 11h24
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Uma parceria entre a Prefeitura de Aracaju, o Governo do Estado e o Hospital São José tem garantindo assistência a cerca de 2 mil cidadãos sergipanos com fissura labial e má formação do palato (popularmente conhecido como ‘céu da boca'). Os trabalhos são coordenados pela Sociedade Especializada no Atendimento ao Fissurado do Estado de Sergipe (Seasese), uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que recebe verbas repassadas pelas secretarias de Saúde do município e do Estado.

Por mês são realizadas entre 15 e 20 cirurgias, grande parte em crianças. A Seasese mantém uma equipe multidisciplinar formada por 13 profissionais: um médico cirurgião plástico, dois cirurgiões buco-maxilo-faciais, um dentista, um ortodontista, uma enfermeira, uma psicóloga, uma fonoaudióloga, uma assistente social, um atendente, uma instrumentadora e dois anestesistas. O atendimento é realizado no hospital São José de segunda a sexta-feira, das 7h às 12 horas.

De acordo com o coordenador do serviço de Fissurados do Estado de Sergipe, o cirurgião plástico Jorge Luiz Teixeira, o trabalho tem a aprovação do Ministério da Saúde, que classifica o serviço como sendo de excelência no Estado. Ao todo, em Sergipe, estão cadastrados 465 fissurados, sendo que 203 já passaram por cirurgias reparadoras.

Ainda segundo Jorge Luiz, apesar de a má formação lábio-palatina ocorrer em ambos os sexos, a maior incidência de problemas no lábio é registrada em meninos, ao passo que em garotas a incidência é maior de deformação no palato. A má formação é uma patologia totalmente curável com cirurgia, o que descaracteriza o indivíduo enquanto deficiente. "O problema é totalmente estético, sem complicações neurológicas", explica o cirurgião.

Origem

A deformação está associada a uma dificuldade de formação do feto - o caracteriza a doença como congênita - geralmente decorrente de deficiência de ácido fólico na mãe, durante o período de gestação.

Na maior parte dos casos, o problema acomete crianças de famílias menos favorecidas economicamente. Outros fatores, como o uso de anti-convulsivante e consumo de drogas e álcool, também podem favorecer o aparecimento da doença.

Prevenção

Para evitar fissuras, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as pacientes que desejam engravidar ingiram a maior quantidade possível de ácido fólico. Por esse motivo, o governo brasileiro instituiu a obrigatoriedade da adição de ácido fólico na farinha de trigo.

De acordo com Jorge Luis, em nível mundial, a média é de um caso de má formação lábio-palatina para cada 600 nascimentos. A cirurgia reparadora pode ser feita a partir de quatro meses para indivíduos com fissura labial e a partir de um ano para deformação de palato.

Após a cirurgia, o acompanhamento é feito por profissionais de psicologia, fonoaudiologia, assistência social, entre outros, a depender da necessidade de cada paciente.