O Centro de Referência em Assistência Social (Cras) Maria Pureza, localizado no bairro Pereira Lobo, acaba de se tornar Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas). Com isso, a Prefeitura de Aracaju amplia o atendimento e a atenção à parcela da população que precisa de cuidados especiais.
Agora, o Creas Maria Pureza tem como função atender idosos e portadores de deficiência que passaram por maus tratos, negligência familiar, abandono ou qualquer outro tipo de violência. "As notificações são enviadas pelo Ministério Público e chegam ao Creas para que sejam apuradas devidamente. Até o momento, 15 casos estão sendo acompanhados por nossas equipes, mas esse número deve aumentar muito", observa a coordenadora do Crea, Larissa Sobral.
Vinculados à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), os Creas e Cras estão espalhados por toda a cidade, dando apoio às famílias que necessitam de assistência social e garantindo o acompanhamento psicológico dos assistidos.
A diferença entre um e outro está no alcance territorial dos serviços e, como os nomes já indicam, na especificidade do público alvo. Cada Cras, por exemplo, desenvolve seu trabalho junto à comunidade onde estiver situado. Já os Creas, pelo modo especializado de atendimento, atendem pessoas de todos os bairros da capital.
Creas fixo e Creas volante
Pelo fato de os assistidos terem dificuldade de locomoção, em maior ou menor grau, e residir nos mais diversos bairros da capital, fez-se necessária a criação de duas estruturas diferenciadas: o Creas fixo e o Creas volante.
De acordo com Larissa Sobral, a ação das equipes é bem sincronizada. "Primeiro, o pessoal do Creas fixo, formado por duas assistentes sociais e uma psicóloga, vai até a casa da família denunciada ao MP. Se for constatado que a pessoa agredida física ou emocionalmente não tem condições de se dirigir à nossa sede, entra em ação o Creas volante, que faz o acompanhamento em domicílio. A equipe é formada por um motorista, uma psicóloga e uma assistente social", explica.
Demanda
O Creas Maria Pureza foi criado em março por conta da grande quantidade de notificações enviadas pelo MP. "Existem mais de 180 casos notificados. Isso é pouco, infelizmente, visto que muitos casos não são denunciados. Então, por haver aquela pilha de processos acumulados, sem receber uma atenção específica, é que a Prefeitura criou o serviço", esclarece a psicóloga do Creas volante, Lidiane Drapala.
As denúncias mais freqüentes são de natureza financeira. Os familiares que se responsabilizam em administrar a aposentadoria do idoso ou portador de deficiência acabam negligenciando as necessidades mais básicas dos verdadeiros donos do benefício. Desse modo, cabe ao Creas fiscalizar o direcionamento dado à renda do assistido.
O Creas Maria Pureza atende suas demandas de forma integrada não só com a Semasc e o MP, mas também com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ao final de cada caso, cada membro se enche de satisfação. "O trabalho é árduo, mas no final, quando achamos uma solução junto a uma unidade de saúde, à própria família da pessoa em observação ou até mesmo por motivo do nosso acompanhamento afetivo e psicológico, é gratificante", diz orgulhosa a assistente social do Creas volante, Daniele Lessa.