Prefeito participa do lançamento do oitavo livro de Ibarê Dantas

Agência Aracaju de Notícias
14/05/2009 08h53
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O cientista político e historiador Ibarê Dantas lançou na noite dessa quarta-feira, 13, o livro ‘Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel: o patriarca da Serra Negra e a política oitocentista em Sergipe'. O lançamento, que teve a participação do prefeito Edvaldo Nogueira e do governador Marcelo Déda, aconteceu no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, no data do centenário de morte do biografado, que é pai do ex-governador Leandro Maciel.

O alvo do trabalho, confessou o próprio Ibarê Dantas, seria Leandro Maciel, outro personagem marcante na história política do Estado. Mas foi se dedicando a estudar a história do ex-governador que o escritor chegou ao seu pai, Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel. Diante das descobertas, optou por mudar o foco do seu trabalho.

Ibarê passou uma década se dedicando à história da família de Leandro Ribeiro de Siqueira Filho. "O livro é a possibilidade de oferecer aos leitores uma visão ampliada da política a partir do início do século XIX", afirmou o escritor. Segundo ele, durante a pesquisa, dormia e acordava pensando como era a vida do biografado. "Ele foi uma figura de experiência política longa e rica, com o mais alto prestígio na época colonial e no início do império", contou.

Para Edvaldo Nogueira, a qualidade da obra lançada é fruto da capacidade de Ibarê, considerado uma referência política de reflexão e comportamento. "Infelizmente na Universidade Federal de Sergipe não fui aluno de Ibarê, mas a minha geração viu nele um elemento importante da formação política e da maneira de enxergar o mundo. Por isso mesmo eu o considero um dos mais importantes intelectuais do nosso Estado e, sem sombra de dúvida, o mais talentoso historiador vivo da história de Sergipe", declarou.

Ainda segundo o prefeito, Ibarê produz obras fundamentais sobre a história política sergipana. "A política e a ação dos homens políticos se refletem na história e, por isso, há um nexo entre passado, presente e futuro. Ibarê consegue desvendar e ler a história de Sergipe por uma ótica que nos ajuda de forma muito concreta a fazer a política na atualidade e projetar o futuro", analisou Edvaldo.

Obra

No novo livro de Ibarê, o leitor encontrará elementos que o ajudarão a perceber as transformações políticas processadas no cenário sergipano ou mesmo observar aquilo que ainda é cultivado pela atual geração política. "O livro ajuda o leitor a ampliar o quadro de análise política dentro de um processo de longa duração. Será um subsídio para o leitor tirar conclusões a respeito dos políticos daquela época e dos políticos de hoje", afirmou Ibarê.

Também presente ao lançamento do livro, a neta de Leandro Ribeiro de Siqueira Filho, Anete Maciel, comentou a importância de ter a obra do seu avô contada em um livro. "A partir de hoje o povo sergipano vai conhecer a história do meu avô. Quando ele faleceu, meu pai tinha apenas 11 anos, então, não tinha muitas histórias para passar do meu avô, mas agora tenho o que contar a meus filhos e netos sobre a nossa família", disse.

Durante o lançamento, o governador Marcelo Déda elogiou a nova obra de Ibarê e seus outros sete livros. "Ibarê fez de Sergipe seu foco, sua obra é a mais consistente da política sergipana, pois nos ajuda a interpretar o passado do nosso Estado. Tive a honra de fazer o curso de política com ele. A convivência como aluno e de forma mais pessoal foi decisiva para minha vida. No professor encontrei um democrata extremamente comprometido, de solidariedade e compaixão com as classes subalternas. Ibarê nos ensinou o valor da democracia", disse.

Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel

Leandro foi estudante de direito em Recife (PE), voltou à Sergipe já casado e foi pai de 13 filhos. Ibarê descobriu em sua pesquisa que ele foi deputado e ao mesmo tempo assumiu os cargos de delegado e juiz municipal. "Na política, ele se revelou um homem determinado e, como todo conservador, bastante honrado. Mas foi combatido pela imprensa e opositores liberais, pois era monarquista, escravocrata, um político da forma mais tradicional", disse Ibarê.

De acordo com o historiador, não há na história de Sergipe nos últimos dois séculos alguém que tenha presença tão duradoura na vida política do Estado. "Por 58 anos, ele foi ativo na política e soube envelhecer. Não foi um desses que, no fim da vida, buscou trapaças para voltar ao Governo. Ele se sintonizou com as mudanças que se anunciavam sob a liderança de Fausto Cardoso", explicou o cientista político.