Alunos da rede pública municipal de ensino da capital estão participando da primeira edição do Festival do Teatro Brasileiro em Sergipe, que teve início no dia 5 de maio e prossegue até o próximo domingo. Patrocinado pela Petrobras, o evento é um misto de arte e ação social e conta com o apoio da Secretaria Municipal da Educação (Semed) da Prefeitura de Aracaju, que até o final das apresentações terá levado ao Teatro Tobias Barreto cerca de 1.100 alunos de 22 escolas, além dos integrantes do Projeto Laborarte.
Os alunos, professores e coordenadores da rede municipal assistirão a nove apresentações, entre peças infantis e musicais. Na tarde da última quarta-feira, estudantes das escolas municipais Anísio Teixeira, Olga Benário, Orlando Dantas e Manuel Bonfim assistiram a peça "Outra vez, Era uma vez...". Na noite desta quinta, às 20h, 150 alunos do 8° e 9° anos das escolas Sabino Ribeiro, João Teles de Menezes e Diomedes Santos Silva assistem ao espetáculo "Castanho sua cor". Essa mesma peça será encenada nesta sexta-feira, às 14h, para 230 jovens das escolas municipais Oviêdo Teixeira, Presidente Vargas, Sérgio Francisco da Silva e Letícia Soares.
"Para o melhor conforto e segurança dos alunos, a Semed está disponibilizando ônibus para o transporte das crianças e adolescentes da escola até o local da apresentação, e vice-versa", comentou a coordenadora de Projetos Sócio-educativos da Secretaria Municipal da Educação, a professora Valdinete Paes. Ela explicou ainda que o projeto envolve três etapas. A primeira foi a capacitação dos professores, que foram preparados para orientar seus alunos sobre os temas e o foco do espetáculo.
A segunda é a apresentação gratuita das peças. Valdinete Paes explicou ainda que ao final do festival será feito com os estudantes um trabalho de discussão e abordagem sobre os conteúdos apresentados. Além do caráter educativo, o projeto promove o intercâmbio interestadual trazendo para Sergipe as produções artísticas do cenário pernambucano. "Os alunos têm acesso à arte e ainda podem ampliar os conhecimentos sobre diferentes culturas do país. È uma verdadeira aula fora do ambiente escolar", enfatizou a professora Ana Célia, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro Geraldo Barreto Sobral.
Na platéia, as crianças com idade entre oito e dez anos puderam assistir a peças como ‘Historinhas de dentro'. "Gostei muito da história e fiquei até emocionada de poder entrar num lugar como esses e assistir a uma peça. Agora quero vir mais vezes", contou a aluna Joice Calmon, que cursa o 4º ano do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental Tenisson Ribeiro.
Coração
O enredo de ‘Historinhas de dentro', dirigida por Samuel Santos, fala sobre uma menina chamada Maria Clara, que é filha de ex-artistas de circo e nasceu com um problema no coração. Por não conseguir ouvir o som dos seus batimentos cardíacos tão forte como o dos pais, ela tenta solucionar sua frustração pedindo ajuda a Deus para entrar em si mesma e encontrar o seu coração.
A personagem sofre uma parada cardíaca e embarca numa viagem pelo seu corpo para encontrar as batidas do próprio coração. "A peça é fantástica e, sobretudo, educativa, pois nesta viagem o público ainda tem a chance de aprender sobre o funcionamento dos órgãos do corpo humano", completa a produtora do festival, Luana Fonteles.
Embalados ao som da flauta, bateria e violão, a apresentação é transformada num show poético onde as notas musicais são afinadas ao tema do espetáculo. De olhos e ouvidos bem abertos, os alunos da rede pública municipal de Aracaju acompanharam com curiosidade cada palavra e o pique da determinada Clarinha, interpretada pela premiada atriz Andreza Nóbrega. "Além disso, o cenário, o figurino, a maquiagem e a sonoplastia são montados com criatividade para despertar a imaginação da platéia", explicou Luana Fonteles.