"Quando soube que viria para cá chorei de alegria", comenta Eliene Campos, 27 anos. Na noite de ontem, quarta-feira, ela chegou ao abrigo provisório montado pela Prefeitura de Aracaju para receber as famílias vitimadas pelas fortes chuvas das últimas semanas. "Estou muito contente. Todos foram bem prestativos comigo, não precisei nem pegar peso", diz a ex-moradora do Morro do Avião, no bairro Santa Maria, uma das áreas mais afetadas da capital.
Eliene e seus três filhos chegaram ao abrigo situado no conjunto Santos Dumont com outras 12 famílias do Morro do Avião. Todos perderam seus barracos com as chuvas e já não sabiam mais a quem recorrer. "Essa noite dormi foi muito bem", comemora Eliene, sem esconder a satisfação por dispor de água encanada, energia e alimentação. "Lá eu vivia numa lama que às vezes vinha até o joelho. Quando precisava de água tinha que carregar com o balde", relata.
O abrigo provisório faz parte de uma série de ações que vêm sendo executadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), em caráter de emergência. "Em um primeiro momento o mais importante é tirar essas pessoas da situação de risco", explica a secretária municipal de Assistência Social, Rosária Rabelo, que na tarde desta quinta-feira foi até o abrigo do Santos Dumont para verificar como estão as famílias e saber quais são suas necessidades.
"A nossa política não é mantê-los aqui. Já estamos procurando moradias mais adequadas para encaminhá-los", ressalta Rosária, lembrando que as famílias estão cadastradas e deverão receber suas residências assim que as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) forem concluídas. Por enquanto, a Semasc está assegurando que não falte água, comida, agasalhos e colchões.
Providências
"Montamos uma estrutura com sete banheiros, caixa coletora, água, luz e cestas básicas para todos. Tudo isso para garantir a cidadania dessas famílias", afirma a diretora de Assistência Social da Semasc, Edvaneide Lima. Segundo ela, para facilitar o relacionamento, cada abrigo provisório montado pelo poder público municipal receberá uma comunidade diferente. As famílias do Getimana vítimas da chuva têm à sua disposição uma estrutura montada no Centro de Atendimento Integral à Criança (Caic), próximo à Ceasa.
Paralelamente à estruturação dos abrigos, a Prefeitura está monitorando as áreas mais preocupantes da cidade, fazendo levantamentos e buscando orientar as famílias em situação de risco para que se dirijam até locais seguros, como residências de amigos ou familiares. Uma alternativa que também está sendo empregada é o aluguel de casas. "Atualmente já estamos com outras 350 famílias necessitadas morando em casas alugadas pela Prefeitura", afirma Rosária Rabelo.
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