Para superar a dor e a saudade, mãe e filho montaram uma exposição de 32 obras em óleo sobre tela no mirante da 13 de Julho, que ficará aberta ao público até o esta quarta-feira, 27. O espaço é mantido pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), através da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esportes (Funcaju), e funciona de segunda a sábado, das 9 às 21 horas; e aos domingos e feriados, das 9 às 15 horas.
Entre o final da década de 90 e o início do ano 2000, a ex-protética Izabel Oliveira, de 80 anos, sofreu a perda de dois filhos. À procura de algo que amenizasse seu sofrimento, ela descobriu as artes plásticas e passou a expressar seu amor pela vida. "A pintura engrandece a minha alma. Quando estou pintando esqueço de tudo. É uma forma de transmitir o que estou sentindo. É minha forma de amar", relata.
Em sua sétima exposição, dona Izabel reúne quadros que retratam suas maiores paixões: o verde da natureza, cenários campestres, figuras orientais e muitas flores. De orquídeas a ramalhetes, todas são capturadas pelas mãos da artista. Baiana radicada em Sergipe há mais de 50 anos, ela diz não se cansar de aprimorar seus conhecimentos.
Entre as atividades que desenvolve, participa de aula uma vez por semana com um artista plástico que a orienta nas suas composições. Mãe de 15 filhos, dona Izabel tem 34 netos, 22 bisnetos, um tataraneto e surpreende na sua fala. "Tenho sede de aprender", diz. E assim dona Isabel vai cada dia mais sofisticando seu amor pela arte e transmitindo esse sentimento a seus descendentes.
Seguindo os passos
O filho de dona Izabel, o ex-assistente operacional Willey Oliveira, aproveita o início de sua aposentadoria para dar continuidade ao projeto que deixou parado por mais de 35 anos. Por conta da dificuldade em manter trabalho e família, foi obrigado a abandonar seu hobby preferido para, só agora, com o incentivo da mãe, poder se entregar por completo às artes. "Morei 13 anos no Rio de Janeiro, e o ritmo de vida lá é muito agitado. Por isso demorei tanto para voltar a pintar", afirma.
Diferente da matriarca, que prefere retratar a natureza, Willey dá formas e cores para fisionomias humanas, imagens religiosas e figuras populares. Seu interesse pelas artes começou logo cedo, aos 8 anos, quando já desenhava algumas figuras. Sua mãe, sempre dedicada aos filhos, logo percebeu seu interesse pela pintura. "Ela me estimulou a desenvolver esse dom", explica o artista.