PMA realiza palestra sobre calazar no bairro José Conrado de Araújo

Saúde
19/05/2009 17h03
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A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizou palestra sobre a leishmaniose, doença popularmente conhecida como calazar. O evento ocorreu na manhã desta terça-feira, 19, no complexo da Unidade de Saúde da Família (USF) João Cardoso Nascimento, no bairro José Conrado de Araújo, e contou com o apoio da Universidade Tiradentes (Unit). Cerca de 80 pessoas assistiram à palestra.

A iniciativa fez parte da potencialização das ações de controle da doença. O número de casos tem aumentado no bairro José Conrado de Araújo e adjacências, sendo que recentemente uma jovem morreu com sintomas da leishmaniose. "Realizamos essa palestra porque muitas pessoas estavam com dúvidas sobre o que é a enfermidade. Nossos agentes de saúde percorrem as ruas da comunidade convidando todos a participar", disse a gerente da USF João Cardoso Nascimento, Mércia Clarice.

Quem atendeu ao convite pôde tirar dúvidas referentes ao tema. Em um primeiro momento, estudantes de enfermagem da Unit explicaram o que é o calazar, as formas de contágio e maneiras de prevenção. Logo depois, gestores do CCZ falaram sobre a atuação do órgão na cidade.

Durante a palestra, a coordenadora do CCZ de Aracaju, Gina Blinoffi, ressaltou a importância de os moradores abrirem suas casas para representantes do órgão. "Se você tem um cachorro em casa, mesmo que ele não apresente sintomas da doença e pareça saudável, nós precisamos fazer o exame para ter a certeza de que está tudo certo. Um cachorro doente pode contaminar não só a família que cuida dele, mas também os vizinhos", explicou.

A dona de casa Gicélia Matos disse que aprendeu o recado. "Aprendi que se eu gosto mesmo do pincher que tenho em casa, eu preciso cuidar da higiene de todo o local, evitando o aparecimento de mosquitos que possam passar a doença para mim, minha família e meus vizinhos", destacou.

Leishmaniose

A leishmaniose visceral é uma zoonose, ou seja, uma doença transmitida ao homem por meio dos animais. Ela é causada por um protozoário de transmitida por um mosquito chamado flebótomo, também conhecido como mosquito palha.

O flebótomo é pequeno e possui hábitos vespertinos e noturnos, podendo ser encontrado tanto dentro das residências, como fora delas, em galinheiros, lixos, canis, pomares e outros locais sombreados. Esse habitat é facilmente encontrado em bairros da capital sergipana pela presença de casas com grandes quintais ou varandas.

A transmissão ao homem e ao cão é feita através do flebótomo infectado. O cão, uma vez infectado, torna-se uma espécie de reservatório do parasita, passando a ser uma fonte de contaminação constante.

No cão, a doença se manifesta logo após a picada do mosquito palha, podendo levar de três meses a alguns anos para os sintomas começarem a aparecer. Quando eles surgem, manifestam-se como: emagrecimento e mucosas pálidas, crescimento exagerado das unhas, lesões na pele, aumento do volume dos gânglios e secreção ocular.

No homem, os sintomas são: febre, emagrecimento, apatia e palidez, hemorragias e infecções secundárias, tosse, aumento do volume do fígado e baço, diarréia, respiração acelerada, complicações cardíacas também podem ocorrer. Os sintomas podem aparecer juntos ou não, o que muitas vezes dificulta o diagnóstico precoce. O cidadão pode retirar suas dúvidas ligando para o CCZ por meio dos telefones: 3179 -3528; 3179-3565 ou 3179-3564.