Seminário sobre álcool e drogas encerra Semana de Luta Antimanicomial

Saúde
22/05/2009 15h33
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O novo olhar mais humano e responsável sobre a saúde mental continuou em debate durante o último evento da Semana de Luta Antimacomial, organizada pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). Na manhã desta sexta-feira, 22, dezenas de pessoas e representantes de entidades públicas comparecem ao auditório do Banese para participar do seminário 'O que é que a gente faz? O perfil e os caminhos do usuário de AD'. O secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos, marcou presença e abriu os trabalhos do dia.

O seminário foi conduzido pelo consultor em AD e membro do Comitê Científico para Política de Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde (MS), Décio Castro Alves. Usuários da Rede de Atenção Psicossocial (Reap), familiares de usuários e gestores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) participaram do evento, que destacou assuntos ligados ao consumo de álcool, drogas e as formas de prevenção e tratamento da pessoa que entrou nesse mundo.

Também marcaram presença, representando o Ministério Público de Sergipe (MP/SE), a promotora Berenice Andrade de Melo (titular da Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos do Idoso e da Pessoa com Deficiência) e o integrante do Conselho Estadual de Políticas Antidrogas, o promotor Deijaniro Jonas.

Para o secretário Marcos Ramos, o evento tem grande importância para a formulação de políticas públicas na área. "Em acontecimentos como a Semana de Luta Antimanicomial, Aracaju prova estar inserida no moderno contexto de discussão sobre a reforma psiquiátrica. Oportunidades como essa creditam-nos a balizar as políticas já existentes e criar mecanismos de melhorias", comentou.

Em pauta

Durante a programação, não só os órgãos governamentais, mas também a sociedade civil foi chamada a participar do enfretamento do problema. "Quando falamos em prevenção e tratamento, temos que nos adequar ao que existe de mais humano e acolhedor. A reforma psiquiátrica e a luta antimanicomial que a PMA tanto enfatizou durante toda esta semana segue na verdade um modelo mais humano, que é hoje preconizado. O antigo sistema de manicômios já se mostrou falho", lembrou Castro.

O promotor de Justiça do MP/SE e representante do Conselho Estadual de Políticas Antidrogas, Deijaniro Jonas, afirmou durante o evento que a PMA possui papel de extrema importância no assunto. "Um dos fundamentos mais necessários nessa luta é a articulação entre os órgãos. E administração municipal tem força muito grande", disse.

Retrospectiva

Celebrada em todo o Brasil, a Semana de Luta Antimanicomial em Aracaju foi repleta de atividades educativas, sendo marcada pela maratona de filmes. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da cidade exibiram longas metragens nacionais com a temática das drogas. A exibição era seguida de debate.

O Caps Jael Patrício, por exemplo, recebeu a maratona na última quarta-feira, 20. Vários usuários, familiares e moradores do Loteamento Pau-Ferro assistiram ao filme 'Meu nome não é Johnny´. A obra conta a história de João Guilherme Estrella, que conheceu o mundo das drogas e se tornou um dos maiores traficantes do Rio de Janeiro, sendo preso logo depois.

Nessa quinta-feira, 21, o longa-metragem foi apresentado no auditório do Instituto Luciano Barreto Júnior para adolescentes de escolas públicas, profissionais de saúde e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O debate foi aberto pelo secretário Marcos Ramos e a facilitadora das discussões foi a psiquiatra Sheyla Bastos.