Profissionais da Saúde Mental são capacitados com técnicas de teatro

Saúde
02/06/2009 19h18
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Com o objetivo de dinamizar o trabalho dos profissionais atuantes na Rede de Atenção Psicossocial (Reap), a Prefeitura Municipal de Aracaju está trazendo o II Módulo do Curso de Teatro do Oprimido. A capacitação acontece esta semana, de segunda a sexta feira, das 8 às 17 horas, no Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps) e reúne também profissionais dos municípios de Itabaianinha e Barra dos Coqueiros.

De acordo com a técnica da Reap, Kátia Aragão, este curso, que teve o primeiro módulo apresentado no mês de novembro do ano passado, visa intrumentalizar os profissionais da rede de saúde mental em relação aos cuidados desenvolvidos com os usuários da rede. "A partir da formação, esses profissionais se tornarão multiplicadores. Eles terão a obrigação de usar essas ferramentas na criação de grupos, em suas unidades de trabalho, onde estas técnicas deverão ser repassadas", ressaltou.

O curso de Teatro do Oprimido traz renomadas técnicas criadas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, utilizadas em cerca de 70 países. A técnica transmitida na capacitação consiste na metodologia do Teatro Fora. "Montamos uma cena de teatro baseada em histórias reais, neste caso, trazidas pelos usuários da Reap, através dos profissionais que trabalham diretamente com eles. São cenas de opressão vivenciadas no cotidiano do usuário para que ele aprenda novas formas de saber como lidar com as situações de conflito", expôs Monique Rodrigues, uma especialista na transmissão da metodologia de Augusto Boal.

Solidariedade

Segundo Cláudia Simone, que está atuando como Curinga na exposição das metodologias propostas pelo curso, os temas trazidos nas cenas montadas para o Teatro Fora são fundamentados nos princípios da ética e solidariedade. "As cenas são montadas em situações verdadeiras e se dispõem a propor soluções para os problemas apresentados, tendo como pauta a declaração dos Direitos Humanos direcionados a este princípios", destacou.

O Curso de Teatro do Oprimido já alcançou seus primeiros resultados. Prova disso é o auxiliar de enfermagem dos serviços residenciais, Eduardo Tadeu  Silva Almeida, que está no grupo desde o primeiro módulo. "Transmitimos o que aprendemos aos usuários, família, funcionários e pessoas afins para que haja uma interação na abordagens de assuntos que são temas de questionamentos e que podem ser discutidas através dessas técnicas teatrais", disse o multiplicador.