Profissionais da rede de atenção básica e especializada da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) estão sendo capacitados para melhor atender aos usuários com deficiência auditiva e surdez. O curso básico de Língua Brasileira de Sinais - Libras - esta sendo oferecido aos funcionários da saúde municipal em três módulos de 40 horas, no Centro de Educação Permanente em Saúde (CEPS), de segunda a sexta-feira.
Médicos, enfermeiros, dentistas, agentes de saúde, fisioterapeutas e demais profissionais que compõem a saúde pública em Aracaju vão, a partir deste curso, estar mais aptos a saber recepcionar, diagnosticar e tratar pacientes que usam a linguagem dos sinais como forma única de comunicação.
O curso é ministrado por instrutores surdos acompanhados de uma intérprete. Toda a aula é um momento de grande interação, pois à medida que o aluno aprende um novo sinal já passa a se comunicar diretamente com o instrutor, usando a linguagem compreendida por ele.
"A parte teórica do curso é transmitida por mim, a intérprete. Mas toda a parte prática, o ensino do uso dos sinais, é realizado pelo instrutor. Eu apenas dou suporte na interação dessas informações com o público", explicou a intérprete em Libras e coordenadora do Centro de Apoio ao Surdo (CAS), Tálita Cavalcante.
Segundo o instrutor da turma do segundo módulo do curso, Antônio Rúbio de Andrade, a metodologia adotada para o ensino da Língua Brasileira de Sinais é muito simples. "Os desenhos usados na aulas contribuem para que o aluno possa entender melhor o sinal que está sendo ensinado", destacou.
Antônio Rúbio ressaltou ainda a importância da capacitação para a garantia da melhoria do atendimento ao usuário portador de alguma deficiência auditiva. "O surdo não vai precisar pagar a um intérprete, ou ter alguém do lado para poder se comunicar quando precisar de um serviço na saúde municipal. Não vai barrar na comunicação, as pessoas vão entender o que ele fala", pontuou.
No primeiro módulo os profissionais da saúde municipal vão conhecer sinais simples; no segundo irão aprender noções de mímica e aprofundar o conhecimento da linguagem de sinais. Já no terceiro e último módulo vão ser apresentados sinais específicos para comunicação na área da saúde, aprimorando tipos de diálogos para o atendimento nessa área.
Atendimento
Para a coordenadora pedagógica do CEPS, Maria José de Freitas Pereira, uma capacitação como esta permite que o profissional da saúde esteja mais qualificado no atendimento a todos os usuários da rede. "Com isso, vamos dar mais autonomia ao profissional nos processos de abordagem, o que vai tornar o atendimento mais integral", ressaltou.
Muita coisa mudou na vida da agente de saúde Maria Roseane de Almeida depois que ela começou a fazer o curso de Língua Brasileira de Sinais. "Sempre me deparava com pessoas com este tipo de deficiência e não sabia como lidar com a situação. Depois do curso me sinto mais segura para chegar a um deles e auxiliar no que for necessário", comentou.