Mastruz com Leite celebra pioneirismo

Agência Aracaju de Notícias
16/06/2009 11h02
Início > Noticias > 38182

Por Cândida Oliveira

Considerada pioneira na incorporação de instrumentos como a guitarra e o teclado ao forró tradicional, a banda Mastruz com Leite nasceu em 1990 na cidade de Fortaleza (CE) e pouco a pouco foi conquistando espaço e milhares de fãs por todo o país. Por sua estrutura e também por realizar shows com duração de cinco horas ininterruptas, o grupo chegou a ser conhecido como a maior banda de forró do planeta, tendo se apresentado nos Estados Unidos, em Portugal, na Alemanha e Suissa.

Hoje já são 44 álbuns lançados e 10 milhões de cópias vendidas. Na estrada há 19 anos, a banda Mastruz com Leite passou por algumas alterações em sua formação, mas a essência é a mesma: o bom e velho forró. É isso que o público vai poder conferir no próximo dia 28, em mais um show da banda no Forró Caju. Nesta edição da festa, além dos sucessos ‘Meu Vaqueiro, Meu Peão', ‘A Praia', ‘Meio Dia' e ‘Massa de Mandioca', o grupo garante ainda algumas surpresas.

Agência Aracaju de Notícias (AAN) - A história da banda é antiga. Como tudo começou?
Mastruz com Leite - Tudo começou em novembro de 1990 na cidade de Fortaleza (CE), quando o empresário Emanuel Gurgel, que na época trabalhava com confecções e já tinha uma banda de baile chamada Banda Aquários, resolveu criar um grupo musical que tocasse exclusivamente forró. A idéia foi suficiente para dar início ao projeto que recebeu o nome de um time de handball comandado pelo Emanuel nos tempos de faculdade que se chamava Mastruz com Leite. O time acabou e a banda herdou o nome.

AAN - Quantas pessoas compõem a banda?
Mastruz - A banda é formada por mais de vinte integrantes, entre eles estão os vocalistas Bete Nascimento, Raynner Rilker, Neto Leite e Samilla França; e os músicos Urôa e Artur César (bateria), Romério Bass (baixo), Ricardinho (guitarra), Fofinho (teclados), Bem Te Vi, Carlinhos e Neto (sanfona), Amédicio Jr. (sax), Enife (trompete) e Pica Pau (trombone). Além deles, uma equipe de coordenadores, técnicos, produtores e holdings completa a família Mastruz com Leite.

AAN - Vocês têm uma longa trajetória. O que dá motivação nessa caminhada?
Mastruz - A nossa motivação vem dos princípios deixados pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A partir daí, o Mastruz com Leite dedicou-se a fazer um forró de qualidade, com letras envolventes que falam das raízes e dos costumes do sertão. O tempo vai passando e a motivação só aumenta. A nossa história é um dos fatores principais para alavancar esse sentimento. Em 2009, o Mastruz completou 19 anos de história com 44 CDs lançados. Outra motivação que mexe com os nossos corações é a imensa legião de fãs que temos espalhados por todo o Brasil, que estão sempre presentes em nossos shows, cantando, cativando e levando emoção pra gente. Se não fossem eles, nada disso tinha acontecido.

AAN - Houve muitas alterações na composição do grupo?
Mastruz - Como toda banda, o Mastruz também passou por mudanças no seu time de músicos. Isso se deu porque alguns integrantes preferiram seguir carreira solo, outros priorizaram o convívio familiar. Hoje o Mastruz está muito bem representado pelos vocalistas Bete, Raynner, Neto e Samila.

AAN - A banda já participou de grandes eventos relacionados ao forró, a exemplo dos festejos juninos de Campina Grande. O que acham do Forró Caju?
Mastruz - O Mastruz é referência nas grandes festas juninas espalhadas por todo o Nordeste, como o São João de Caruaru, bem como o Forró Caju, em Sergipe. Para todos nós é uma enorme satisfação fazer parte dessa grandiosa festa, que conquista cada vez mais forrozeiros. O Forró Caju é um dos melhores portfólios para a nossa carreira, pois aqui nos sentimos em casa, diante do carinho do público e da atenção que recebemos da organização do evento. Garantimos repetir novamente o sucesso de todos os anos, com muita alegria, diversão e muito forró para arrochar o nó dos mastruzeiros.

AAN - Prepararam algo especial para o público do Forró Caju 2009?
Mastruz - Surpresas. Se revelarmos aqui vai perder a graça. Aguardem, pois preparamos um show especial que vai ficar na história do Forró Caju 2009.

AAN - Vocês acreditam que houve mudanças no São João de antigamente para o atual?
Mastruz - Os festejos juninos não mudam, pois ele tem suas características próprias. É o evento que representa melhor as nossas tradições, nossos costumes e nossas raízes em todo o país. A tradição de acender a fogueira na véspera e na noite de São João não se apaga. As mesas fartas de comidas derivadas do milho alimentam o fortalecimento dessas raízes. As crianças e adultos vestidos a caráter fazendo a quadrilha ainda prevalece.

AAN - E na música, vocês acham que houve mudanças?
Mastruz - O tempo passa e novas atitudes e direcionamentos de comportamentos mudam também. Hoje nos deparamos com novos ritmos e segmentos musicais que modernizaram o jeito de dançar. Mais o forró, seja o pé de serra ou o estilizado, continua fazendo a festa dos arraiais da população.

AAN - Qual a opinião de vocês sobre a retomada do forró pé-de-serra no Centro-Sul?
Mastruz - Isso é muito bom para todos nós, pois quebramos as barreiras dos preconceitos e fortalecemos a nossa cultura nessas regiões. Esse legado começou lá atrás, quando Luiz Gonzaga deixou a sua cidade, em Pernambuco, em cima de um pau de arara, e seguiu com um matulão nas costas. Com o tempo, transformou o forró numa febre musical e que até hoje é defendida por milhares de artistas que estão empenhados em não deixar a nossa cultura morrer. Tal iniciativa favorece também o surgimento de novos talentos e o surgimento de novos postos de trabalho, levando a arte de fazer um forrozinho danado de bom com qualidade.

AAN - Como está a agenda da banda para o São João e São Pedro?
Mastruz - A agenda do Mastruz está muito extensa, graças a Deus. Vamos ficar 30 dias praticamente sem voltar para casa. A maratona começou no finalzinho do mês de maio e vai até a metade do mês de julho. Para se ter uma idéia, no dia de São João, 24, vamos fazer quatro shows na Bahia, tudo no mesmo dia.

AAN - Quais são os maiores sucessos da banda, aquelas músicas que vocês não podem deixar de cantar em um show?
Mastruz - Ah, são muitas. Todos os nossos 44 CDs lançados têm belíssimas canções, com muitas músicas emplacadas com sucesso nas rádios e cantadas até hoje com grande entusiasmo pelo público. Mas se for para enumerar, temos o nosso grande clássico ‘Meu Vaqueiro, Meu Peão', além de ‘A Praia', ‘Meio Dia', ‘Massa de Mandioca', ‘Razões', ‘Menino sem Juízo', ‘Cara Metade', ‘Onde Canta o Sabiá', e por aí vai.