Soltar fogos requer cuidados especiais

Agência Aracaju de Notícias
16/06/2009 14h59
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Por Priscila Viana (estagiária)

Infelizmente, nem só de cores e beleza é feito o São João. Junto com o espetáculo das quadrilhas juninas e a animação dos forrozeiros, a época também é marcada por acidentes envolvendo a comercialização e o manuseio de fogos de artifício. Mas para que alegria não acabe antes da hora, basta estar atento a alguns cuidados.

De acordo com o gerente de Espaços Públicos da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Antônio Pereira, a cautela deve começar no momento da compra. "Nem todas as barracas de fogos estão autorizadas a comercializar o produto. As pessoas devem ter certeza de que aquele local está apto para realizar a venda, que é fiscalizada pela Emsurb e pelo Corpo de Bombeiros. Além disso, os fogos só podem ser vendidos a pessoas maiores de 18 anos", explica.

Segundo ele, em Aracaju somente quatro pontos tem autorização para vender fogos. "Além das barracas da Coroa do Meio, também têm permissão as barracas que ficam localizadas no final de linha do conjunto Augusto Franco, na avenida Maranhão, em frente ao Parque de Exposição, e também no conjunto Porto Dantas, no bairro Coqueiral", explica o gerente.

Campanha

Para prevenir acidentes, o Corpo de Bombeiros lançou no início deste mês a campanha ‘Tradição, diversão e segurança: não deixe a alegria dos festejos juninos acabar em tristeza'. O objetivo é conscientizar a população quanto aos riscos que os fogos apresentam e os cuidados para evitar queimaduras.

"Nossa campanha tem cunho educativo, por isso estamos realizando palestras em diversos locais, a exemplo de escolas. Também estão sendo distribuídos panfletos em pontos estratégicos, como locais de comércio e semáforos", afirma o assessor do Corpo de Bombeiros, major Josué Costa.

De forma bastante didática, o panfleto traz informações relacionadas à fiscalização e ao manuseio dos fogos, além de indicar as medidas que devem ser adotadas em casos de queimadura.

"As pessoas devem evitar transportar os fogos na cintura ou no bolso para evitar acidentes. Além disso, é preciso usar roupas adequadas, luvas e óculos de proteção. Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas durante o ato de soltar fogos e trocar o álcool líquido por algo sólido no momento de acender a fogueira também são providências importantes", explica o major.

Outra recomendação é ler atentamente o rótulo de segurança e data de validade dos artefatos. Para soltar busca-pés e espadas é necessário utilizar luvas. Já as bombas nunca devem ser acesas na mão. Para a queima de rojões, é indispensável utilizar um suporte adequado que o mantenha fora do alinhamento do corpo e o projete para uma área segura. As crianças devem ser supervisionadas por um responsável. Os fogos nunca devem ser soltos em ambientes fechados.

Queimaduras

No caso de ocorrer queimaduras, é necessário que as pessoas evitem recorrer a crendices populares, como passar gelo, pomadas, óleo de dendê, manteiga ou qualquer outro produto que não seja água. "Para aliviar a dor, é bom molhar o local queimado com água fria e limpa. Em hipótese alguma se deve estourar as bolhas que se formam na superfície da pele. Elas são uma reação natural do corpo, como forma de defesa", alerta Josué Costa.

Já para as queimaduras mais graves e profundas, o atendimento às vítimas acontece na Unidade de Tratamento de Queimaduras (UTQ) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). O socorro e transporte das vítimas, nesses casos, podem ser feitos pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu). De acordo com a coordenadora municipal do Samu, Ivana Mendonça, as pessoas próximas à vítima devem telefonar imediatamente para o 192.

"Nem todos os casos de queimadura são resolvidos pelo Samu. Também não é necessariamente o grau de queimadura que vai informar a gravidade do ferimento, mas também a extensão do ferimento e o local. Queimaduras de 1º grau no rosto, por exemplo, são consideradas gravíssimas. Em casos como esse, fazemos a remoção imediata do paciente até o Huse", afirma Ivana

Segundo ela, nos últimos anos, tem ocorrido uma queda considerável no número de casos de queimaduras. "As campanhas de conscientização que vêm sendo feitas estão fazendo efeito. Compreendemos que os pais estão mais conscientes", complementa a coordenadora do Samu.

Fiscalização

O trabalho de orientação dos comerciantes de fogos é feito pela Emsurb e pelo Corpo de Bombeiros. Aqueles que insistem em atuar ilegalmente correm o risco de ter seus produtos apreendidos. De acordo com a irregularidade, a punição pode ser mais severa.

"O vendedor que não estiver dentro das regras estabelecidas será abordado. Se realmente for constatada a irregularidade, o responsável poderá ser multado ou sofrer reclusão de um a quatro anos", alerta o major.

As denúncias relacionadas à fabricação, ao comércio ou à estocagem ilegal de fogos de artifício podem ser feitas através do telefone 3179-3617, na diretoria de Atividades Técnicas do Corpo de Bombeiros.