Rogério fala dos 30 anos de carreira

Agência Aracaju de Notícias
01/07/2009 10h43
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"Minha veia no forró foi ensinada pelo rei do baião Luiz Gonzaga, só que eu não assumi na época em que eu conheci, pois tinha 16 anos e tocava ‘rock'n roll', influenciado pela Jovem Guarda. Mas o tempo foi passando e fui me adaptando a ser nordestino de verdade e sergipano mais ainda". E assim já se passaram 30 anos de carreira do cantor sergipano Rogério, figura conhecida em todo o estado e autor da música ‘Sergipe é o país do forró'.

Por conta da influência nordestina tão presente na sua música, Rogério relembra que as pessoas do eixo Rio-São Paulo questionavam o que seu Estado e o Nordeste ofereciam para ele tocar apenas forró. "Eu respondia apenas que um dia todos iam tocar e dançar forró e hoje é isso que está acontecendo. As regiões Sudeste e Sul se entregaram ao ritmo nordestino. Raul Seixas dizia ‘eu nasci há dez mil anos atrás', eu não sou profeta, mas digo, eu nasci há 10 mil anos à minha frente", brincou o artista, que se apresentou no palco principal do Forró Caju no dia 26.

Agência Aracaju de Notícias (AAN) - Quando você entrou no mundo do forró?
Rogério -
Há uns 20 anos passei a cuidar melhor do forró, aumentei minha coleção de vinis e CDs, mas ouço outras coisas, porque somos universais. Gosto desde o forró pé-de-serra ao rock'n roll; de Clemilda, Lenine a Pink Floid. Minha veia no forró foi ensinada pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, só que eu não assumi na época em que eu conheci, pois tinha 16 anos e tocava rock'n roll, influenciado pela Jovem Guarda. O tempo foi passando e fui me adaptando a ser nordestino de verdade e sergipano mais ainda. Depois de iniciada a carreira, consegui conhecer Luiz Gonzaga e abri alguns dos seus shows em circos. Por causa de tudo que ele me transmitiu, fiz uma homenagem a ele com a música ‘Santo Forrozeiro'.

AAN - Como você vê a entrada do forró eletrônico na mídia?
Rogério -
Essa não é minha história, minha mistura está relacionada à música de Lampirônicos e Luiz Gonzaga.

AAN - De música já são 30 anos, mas você se reinventa a cada show.
Rogério -
Pesquiso para não ser imitador de ninguém, sou o próprio Rogério. Pego músicas dos colegas forrozeiros e transformo na minha forma de cantar e no meu jeito de ser.

AAN - Como é a relação com o público sergipano?
Rogério -
Sou sergipano, nasci em Estância, então já sou conhecido. As pessoas me consideram e me admiram. Mas é uma pena que a maioria dos governantes não reconheça isso. Ao contrário, eles tentam afastar o artista local do seu público e oferecem espaço às bandas de fora.

AAN - Mas o Forró Caju 2009 teve em sua programação 80% de artistas locais.
Rogério -
Edvaldo Nogueira acertou, está de parabéns. Ele chegou no ponto que os artistas sergipanos queriam e colocou mais músicos na programação do Forró Caju, uma festa que atinge milhares de pessoas de todas as parte do país. Temos certeza que, com ele respeitando a prata da casa, teremos mais autoridade para representar o Estado.

AAN - Quantos shows o artista local consegue fazer no período junino?
Rogério -
No passado fazíamos mais de 20 shows por mês.

AAN - Fale do seu CD ‘Amigos de fé'.
Rogério -
O trabalho é católico, mas em ritmo de forró. A Canção Nova me autorizou a gravar. O CD foi gravado com meu filho Luan, de 12 anos.

AAN - Você conseguiu aparecer na mídia nacional. Isso ajuda?
Rogério -
Aparecer em rede nacional é importante para qualquer artista. Fui apresentar minha música nos programas de Xuxa, Mara Maravilha, na extinta TV Manchete, Record, entre outros.

AAN - Seu DVD será gravado em breve?
Rogério -
Vou contar com as participações mais que especiais de Luiz Caldas, Antônio Carlos do Aracaju, Alceu Valença, Trio Juriti e Erivaldo de Carira. No DVD vou prestar uma homenagem à Clemilda e a Josa, o Vaqueiro do Sertão.