Devido ao aumento no número de acometidos pelo vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil e a recente morte confirmada no país, cresce a preocupação da população com relação aos riscos de exposição e formas de proteção à doença. É com relação ao assunto que a Agência Aracaju de Notícias (AAN) entrevista a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Taíse Cavalcante.
Agência Aracaju de Notícias (AAN) - O que é a influenza A (H1N1)?
Taíse Cavalcante - É uma doença respiratória aguda (gripe), causada pelo vírus Influenza A (H1N1). É um novo subtipo do vírus da influenza. Assim como a gripe comum, ela é transmitida de pessoa à pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro e de contato com secreções respiratórias de quem já esteja infectado. Até o momento, no Brasil, a enfermidade está relacionada a quem veio de viagem de países que têm a confirmação da doença ou quem teve contato direto com doentes.
AAN - Quais são os sintomas que definem o caso?
TC - Indivíduo que apresentar doença aguda de início súbito, com febre acima de 37,5º C acompanhada de tosse ou dor de garganta, na ausência de outros diagnósticos, podendo ou não estar acompanhada de sinais e sintomas como cefaléia, mialgia, artralgia ou dispnéia. A pessoa também deve estar vinculada às seguintes situações: ter retornado, nos últimos sete dias, de países com casos confirmados de infecção pelo novo vírus A (H1N1); ou ter tido contato próximo, nos últimos sete dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito ou confirmado de infecção humana pelo novo vírus influenza A (H1N1).
AAN - O que a pessoa deve fazer se apresentar o sintoma?
TC - Toda pessoa deve procurar logo um atendimento médico e informar ao profissional de saúde o seu roteiro de viagem ou histórico de contato com pessoas doentes. É importante lembrar de já sair com uma máscara cirúrgica de proteção para a consulta. Confirmando a suspeita de infecção pelo vírus, você será transferido para o Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), que é o hospital de referência do Estado para a realização dos exames necessários à confirmação ou não do caso. Logo após a avaliação clínica, será tomada a decisão de acordo com o quadro apresentado de acompanhamento e tratamento do caso. Não tome medicamento por conta própria, procure logo uma unidade de saúde.
AAN - Em quanto tempo, a partir da transmissão, os sintomas aparecem?
TC - Os sintomas podem iniciar no período de até sete dias após o contato com esse novo subtipo do vírus. A transmissão ocorre, principalmente, em locais fechados.
AAN - Há tratamento para a Influenza A (H1N1) no Brasil?
TC - Sim. O Ministério da Saúde (MS) adotou um protocolo para tratamento.O remédio deve ser tomado até 48 horas a partir do inicio dos sintomas e também se enquadrar em um caso grave ou estar dentro de critérios como: idades abaixo de dois anos e acima de 60 anos, cardiopatas, pneumopatas, gestantes ou doenças renais crônicas.
AAN - Como devem ser as medidas de prevenção e controle ?
TC - As medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas, baseadas em intervenções não farmacológicas, para reduzir o risco de adquirir ou transmitir doenças agudas de transmissão respiratória, incluindo o novo vírus influenza A (H1N1), são: higienizar as mãos com água e sabonete antes das refeições, antes de tocar os olhos, boca e nariz e após tossir, espirrar ou usar o banheiro; evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies; proteger com lenços (preferencialmente descartáveis) a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de aerossóis; indivíduos que sejam casos suspeitos ou confirmados devem evitar entrar em contato com outras pessoas suscetíveis. Caso não seja possível, usar máscaras cirúrgicas; indivíduos que sejam casos suspeitos ou confirmados devem evitar aglomerações e ambientes fechados; manter os ambientes ventilados; pessoas que sejam casos suspeitos ou confirmados devem ficar em repouso, utilizar alimentação balanceada e aumentar a ingestão de líquidos.
AAN - Como ocorre o acompanhamento dos casos suspeitos ou contatos?
TC - A equipe da Unidade de Resposta Rápida (URR) de Aracaju acompanha diariamente a evolução da doença nos casos suspeitos e contatos próximos, através da visita presencial ou por telefone para avaliar o mais precocemente possível uma complicação da doença.
AAN - O caso suspeito pode ficar em casa?
O MS classifica o caso suspeito em duas categorias para o tratamento e acompanhamento. O isolamento do paciente, que pode ser hospitalar ou domiciliar; e a quarentena domiciliar voluntária. Casos graves ou nos critérios de complicação ficam em isolamento hospitalar. Todos os outros casos são encaminhados para casa e classificados na categoria de isolamento domiciliar. Todos devem seguir normas de prevenção e controle pelo período de sete dias do inicio do sintomas para evitar a contaminação na comunidade.
