Caravana Comunidade Segura 2009 visita PMA

Governo
14/07/2009 17h59

Quando o assunto é segurança, as políticas adotadas pelo poder público são de interesse de toda a sociedade. Em suas áreas de atuação, as administrações municipais ficam com o dever de prevenir a violência, promovendo debates com a sociedade civil e criando campanhas e projetos. Paralelamente, outras iniciativas buscam divulgar e combater os problemas que envolvem a questão da segurança pública no Brasil. É o caso do projeto Caravana Comunidade Segura, que este ano tem a missão de visitar as 27 capitais brasileiras. Nesta terça-feira, 14, o grupo visitou a Prefeitura de Aracaju.

Os representantes da caravana foram recebidos pela secretária municipal de Governo, Karla Trindade, que destacou o trabalho desenvolvido na capital sergipana para prevenir e combater a violência, além de estimular o debate com a sociedade civil. Segundo ela, uma das formas de chamar os atores sociais, públicos e privados, a discutir o tema é a realização das Conferências Municipais de Segurança Pública. Em Aracaju, o encontro foi realizado no último mês de junho e contou com a participação de cerca de 400 pessoas.

Para Karla Trindade, o sucesso da Conferência Municipal de Segurança Pública reflete o empenho da administração municipal em chamar a sociedade para discutir o tema, e em criar políticas públicas que contribuam para a diminuição dos índices de violência na cidade. "O nosso objetivo é continuar a levar o tema da violência para ser discutido nas áreas da educação, da saúde, assim como propor aos jovens alternativas à violência, com projetos que envolvam o esporte, por exemplo", afirmou.

Caravana

Até 2003, o Brasil era o campeão em números absolutos de mortes por arma de fogo no mundo: 108 mortos por dia, mais de 39 mil por ano. Nesse contexto, o projeto Caravana Comunidade Segura surgiu na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com Suzana Varjão, da equipe nacional do projeto, na época a Caravana integrou uma série de iniciativas, que juntas fizeram o número de mortes cair 12%. Na opinião dela, a sociedade civil, em especial as ONG´s e igrejas, tiveram papel crucial na mudança do quadro.

"Na medida em que o trabalho foi ganhando forças e salvando vidas, foi surgindo a necessidade de abranger mais localidades. Aí se formou a rede ‘Desarma Brasil', composta por 49 instituições. Essa rede está com a ‘Viva Comunidade' e o Governo Federal no apoio amplo à caravana deste ano", explicou Suzana.

Segundo dados da organização Viva Comunidade, no Brasil ainda existem 17 milhões de armas, sendo que a maioria está nas mãos de civis. Ainda de acordo com os levantamentos, estima-se que a cada 15 minutos um brasileiro morre vítima de arma de fogo.

Aracaju

Para Suzana Varjão, Aracaju tem dado demonstrações positivas no sentido da resolução do problema. "A capital e o Estado são alguns dos lugares em que menos portes de arma são oferecidos, em que mais se tem entrega voluntária de armas, e em que mais se faz apreensão de armas de fogo", apontou.

Para a Caravana Comunidade Segura, a articulação entre a sociedade civil e as forças repressivas qualificadas - representadas pela polícia - é a forma mais eficaz de combate à violência. "Uma das atividades da Caravana é visitar projetos exitosos. Em Aracaju, a articulação entre as comunidades e a polícia comunitária é feita de maneira muito forte, vem dando resultados, e tem diminuído os índices de violência", destacou Suzana Varjão.

Participaram da reunião a presidente da Federação dos Conselhos Comunitários de Segurança do Estado, Maria Edivan, e o Coordenador Estadual da Polícia Comunitária, major Bispo.