A Prefeitura de Aracaju capacitou todos os profissionais das 43 Unidades de Saúde Básica (USB) da capital para atender qualquer paciente suspeito de contaminação pelo vírus Influenza A (H1N1). As equipes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) foram submetidas a duas baterias de treinamento e, à medida que se descobrem mais informações sobre a transmissão do vírus e os cuidados com os pacientes, novas capacitações são realizadas.
As informações são da enfermeira sanitarista Maria Antônia Maia D´Ávila, designada pela Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da SMS para acompanhar a evolução do tratamento e o trabalho de conscientização junto à população aracajuana.
"Em um primeiro momento, nós passamos às equipes de saúde informações sobre a conjuntura em que se encontra a disseminação do vírus pelo Brasil e pelo mundo. E, claro, abordamos a situação do nosso Estado. Por fim, informamos a todos quais os procedimentos básicos que devem ser seguidos caso alguém apresentando os sintomas da doença os procure", explica Maria Antônia.
A enfermeira informa ainda que os primeiros procedimentos junto aos pacientes com suspeita de contaminação são a coleta de exame e a prescrição de medicamentos. "Isso não quer dizer que esperamos o resultado dos exames para cuidar do paciente. Independente disso, nós continuamos acompanhando a situação, porque mesmo que não seja o Influenza, pode ser qualquer outro vírus", afirma.
Atendimento
Com a preparação desses profissionais, a tendência é que as pessoas com suspeita de infecção sejam assistidas na Unidade de Saúde mais próxima à sua casa. Dessa forma, os atendimentos que hoje são realizados no Centro de Referência do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE) tendem a se descentralizar.
Desde que o vírus passou a circular em diversos países, há apenas um registro de internação em Aracaju e cinco casos confirmados. Para evitar que esse número se amplie, Maria Antônia garante que o monitoramento de caráter preventivo é contínuo.
"Assim que o paciente é encaminhado para o isolamento domiciliar, nós o acompanhamos por sete dias. Ele recebe visitas diárias e, a depender da recuperação, nós telefonamos com frequência", informa a enfermeira.
Como a descoberta do vírus é recente, o Brasil tem apenas três laboratórios realizando os exames solicitados: o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no Rio de Janeiro, considerado um laboratório de referência nacional, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e o Evandro Chagas, no Pará.
"Como a demanda por exames vem aumentando em todos os estados, o intervalo entre a coleta e o resultado vem demorando, mas ressalto que ele não influencia no tratamento dos pacientes", informa Maria Antônia.
Cuidados
A Influenza A (H1N1) é uma doença respiratória aguda, transmitida de pessoa para pessoa, principalmente através da tosse, espirro e contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas. De acordo com informações do Ministério da Saúde, os principais sintomas são febre alta e repentina - maior que 37,5º - e tosse, acompanhadas ou não de dores de cabeça, musculares, nas articulações ou dificuldade respiratória. Eles podem aparecer em até sete dias após o contato com o vírus.
Ao apresentar os sintomas, o ideal é procurar uma unidade de saúde mais próxima e informar ao profissional os locais visitados ou histórico de contato com pessoas doentes. Confirmada a suspeita, o paciente é transferido para o HUSE, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Ainda não há vacina para a doença, mas o Ministério da Saúde adotou um protocolo para tratamento, através de medicamento antiviral, tomado até 48 horas a partir do início dos sintomas. As recomendações de prevenção incluem lavar as mãos frequentemente com água e sabão, não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal, não usar medicamentos sem prescrição e cobrir o nariz e a boca sempre que tossir ou espirrar.