A cada força-tarefa, os agentes de endemias da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) da Prefeitura de Aracaju verificam a existência de um obstáculo no combate ao mosquito transmissor da dengue: a concentração de focos do Aedes aegypti no interior de residências. O problema é motivado pela presença de recipientes que acumulam água e favorecem o depósito de larvas do mosquito, que podem resistir por até 450 dias.
Na força-tarefa realizada na última sexta-feira, 24, na invasão do Pantanal (conjunto Jardim Esperança), os agentes encontraram muitas latinhas de alumínio, garrafas plásticas, entre outros. No entanto, o maior risco está em outro local. Segundo um dos supervisores da força-tarefa, Maurino Araújo, cerca de 74% dos focos de dengue em Aracaju estão nas lavanderias.
"Nós constatamos que falta cuidado com as lavanderias. Elas são capazes de acumular grande quantidade de larvas. Então, mesmo que estejamos atuando diariamente para combater os focos, só teremos resultados se a população mantiver a vigilância", alerta Maurino.
Visitas
O Pantanal apresentou um dos piores resultados no último Levantamento do Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) em Aracaju. Isso significa que a região se destaca pela grande concentração de larvas por quarteirão.
Para a dona de casa Laudicéia Santos, não é difícil evitar a proliferação do mosquito. "Sempre deixo as vasilhas com o fundo para baixo. Nunca deixo água por muito tempo na lavanderia, e assim nunca houve nenhum caso de dengue aqui em casa", diz Laudicéia, que mora com três filhos.
Cuidados semelhantes são tomados por Osvaldo Barreto, que também tem três crianças em casa. "Sempre recolho o entulhos para jogar fora. Não durmo um dia com água na lavanderia", garante o morador do Pantanal.
Para o agente de saúde da SMS, Sérgio Sá, a questão central é a conscientização. "Além de informar sobre a prevenção contra a dengue, nós fazemos um trabalho diário, levando às casas informações sobre a transmissão de esquistossomose, leptospirose, entre outras doenças", explica Sérgio.
Limpeza
Nos terrenos baldios e vias públicas, o trabalho é feito principalmente pelos agentes de limpeza da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), que recolhem lixo e entulho. De acordo com o gerente de Limpeza da Emsurb, José Roberto Gomes, o trabalho é bem específico. "Nós procuramos os materiais que acumulam água, como garrafas, latas, copos descartáveis e até mesmo vasos sanitários que são jogados fora", informa.
O trabalho preventivo tem dado resultado. Entre os meses de janeiro e julho de 2009, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde confirmou 211 casos de dengue em Aracaju, o que representa uma queda de 98% em relação ao ano passado. Nesse mesmo período, em 2008, o número de casos confirmados chegou a 10.362.
