Exposição resgata período vivido por sergipano na Ditadura Militar

Funcaju
04/08/2009 08h45
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No mês em que a anistia aos presos políticos do regime militar completa 30 anos, a jornalista Joana Côrtes decidiu fazer um resgate dos trabalhos do seu pai, Bosco Rolemberg, então estudante do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe (UFS), militante de movimento estudantil e preso político entre os anos de 1974 a 1979, na prisão Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco.

Esses trabalhos poderão ser conferidos na exposição ‘Anistiados, couro esquecido', que será aberta na Galeria de Artes Álvaro Santos (GAAS) nesta quinta-feira, 6, às 20 horas. O evento tem o apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Esporte (Funcaju) da Prefeitura de Aracaju. São 10 telas feitas em couro - um dos materiais usados pelos presos na confecção de artesanato para ocupar o tempo -, onde são retratados camponeses, operários e lavradores, personagens significativos para a época e até hoje atuais.

A curadora da exposição, Joana Côrtes, comenta que, na época em que os trabalhos foram desenvolvidos, três telas acabaram sendo proibidas de sair da prisão, por retratar situações vividas pelos presos. "Essa exposição, além de resgatar esse período turbulento, serve para repensarmos sobre as 426 mortes que foram divulgadas a época, bem como para fazermos uma análise sobre as ‘verdades' divulgadas durante o regime e seus presos", explica.

Os 10 trabalhos expostos na mostra serão acrescidos de textos de grandes nomes do jornalismo e da literatura sergipana, a exemplo de Carlos Cauê, Cleomar Brandi, Ronalson, Maruze Reis e Lara Aguiar, entre outros. A exposição ficará na galeria até o próximo dia 29 de agosto e contará ainda com uma vídeo-instalação do artista audiovisual Rafael Borges.