Descobrir-se portador do vírus da Aids e conviver com essa realidade exige coragem do indivíduo diagnosticado com a doença. Com a proposta de auxiliar na reconstrução da autoestima de jovens soropositivos e orientar seus familiares, foi realizado nesta quarta-feira, 5, o 1º Encontro de Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/Aids de Sergipe.
O evento, apoiado pelos Programas DST/Aids municipal e estadual, marcou a criação da Rede dos Jovens Vivendo e Convivendo com Aids em Sergipe. Essa rede já existe em todo o país e a iniciativa de trazê-la para Sergipe foi da jovem Raphaella Machado.
"Desde os 11 anos estou envolvida nesta causa. Convivo com uma soropositiva na família e desde cedo e percebi a necessidade de um grupo que viesse acompanhar e incentivar os jovens com HIV e suas famílias", contou.
Raphaella afirma que não foi fácil promover um encontro como esse, porque os jovens soropositivos têm medo da exposição. "Convidamos cerca de 20 jovens da capital e do interior do Estado, mas muitos não vieram por acreditar que um encontro como este poderia expô-los à exclusão no meio onde vivem", relatou.
Resgate
Para a representante do Programa DST/Aids da Prefeitura de Aracaju, Nicelma Sampaio, uma das maiores satisfações na realização de um evento desse porte é observar o resgate dos jovens que ao se descobrirem portadores do vírus da Aids desistiram da vida.
"Muitos deixaram de estudar e se isolaram do mundo. Alguns abandonaram até o tratamento com medo da exposição. Este encontro vem de forma direta restaurar a autoestima desses jovens, e indiretamente incentivar e acompanhar o tratamento deles", pontuou.
Programação
A programação incluiu atividades de interação entre jovens e adultos soropositivos e seus conviventes. O encontro ainda propiciou a troca de conhecimentos entre os participantes, além de debates acerca dos resultados do encontro nacional da rede, e dos desafios para sua implantação em Sergipe.