Todos os dias, cerca de 10 animais de carroça - cavalos, bois, burros e jumentos, entre outros - são levados ao Curral de Apreensão de Animais da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), localizado no bairro 18 do Forte, zona norte de Aracaju. O número alto demonstra a quantidade de animais que circula de forma indevida na cidade e têm que ser recolhidos, seja para desobstruir as vias, ou para tratar diversas doenças que os acometem.
Construído e mantido com recursos municipais, o curral oferece tratamentos específicos para cada animal, a depender das suas condições físicas. "Nós os alimentamos com capim, farelo, e outros tipos de alimentos. Os bichos mais doentes são isolados para receber tratamento específico com acompanhamento veterinário e alimentação diferenciada", explica o responsável pelo setor, José Geraldo da Silva.
Praticamente todos os animais que chegam ao curral são apreendidos nas vias públicas. "Muitas vezes, os cidadãos entram em contato, porque vêm cavalos nas suas portas, ou nas imediações de sua rua. Então, em até 24 horas nos dirigimos para o local e trazemos o animal", afirma Geraldo Silva. O número para denúncias de animais soltos é o 8802-1200.
Para a realização do serviço, o local dispõe de 12 laçadores. Por sua vez, dois médicos veterinários se encarregam dos cuidados específicos, cada um em um turno. Quanto aos animais que circulam de forma indevida pelas ruas, o supervisor de Apreensão de Animais da Emsurb, Edvaldo Mecenas, dá o aviso. Para servir como meio de transporte ou outra atividade semelhante, os bichos precisam estar bem tratados, em boa forma. Não pode ser muito magro, ferido, ou estar doente.
"Quando são apreendidos, eles passam por um exame veterinário e são submetidos a laudo técnico. O veterinário avalia a idade, a pelagem e dá uma volta com o animal, para avaliar suas condições físicas. Em seguida, elabora um atestado, informando se o cavalo, por exemplo, está apto ou não para continuar puxando a carroça", explica Mecenas, enfatizando que o atestado deve ser revisto a cada seis meses.
Resgate e doação
Os proprietários dos animais recolhidos têm um prazo de 15 dias para se identificar e realizar o resgate. No entanto, de acordo com Edvaldo Mecenas, o procedimento não é tão simples assim. "O proprietário deve pagar uma taxa de apreensão, que custa R$ 29,70. No caso de o mesmo animal ser apreendido novamente, a segunda taxa é de R$ 59,40. E, para cada dia que o bicho permanece no curral, é cobrado o valor de R$ 15", informa.
No entanto, se após o período de 15 dias, o animal não for resgatado, é disponibilizado para adoção. "No caso dos mais doentes, nós deixamos ele aqui por um tempo, até ser tratado por completo. Se ele estiver saudável, em boas condições, e o dono não vier buscá-lo, colocamos à disposição dos interessados, que são muitos", explica Rogério, responsável pelo curral.
Atualmente, 60 pedidos formais de adoção estão sob avaliação da Emsurb. "Os candidatos devem atender a alguns requisitos, passar confiança de que vão cuidar do animal e só podem adotá-los se pretendem usar como meio de trabalho, a exemplo dos carroceiros", diz Edvaldo Mecenas.
Para entrar com um pedido no protocolo da Emsurb, é necessário dirigir-se ao órgão munido da carteira de identidade, comprovante de residência, CPF e telefones para contato. "A prioridade é para quem mora nas cidades do interior e utilizam o cavalo como meio de transporte, seja para puxar carroça ou para atividade similar", explica o supervisor de Apreensão de Animais.