Baile dos idosos proporciona diversão e integração

Assistência Social e Cidadania
13/08/2009 09h11

O compromisso da Prefeitura de Aracaju com o bem-estar do idoso é comprovado por algumas iniciativas que se destacam como impulsionadoras do desenvolvimento social da capital sergipana. A já tradicional Olimpíada do Idoso, que acontece em setembro, e o desfile do bloco de carnaval Geração Alegria estão entre os principais eventos organizados pela PMA, através da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), para pessoas da terceira idade.

Mas uma terceira iniciativa da Semasc destinada à população idosa de Aracaju chama atenção por sua simplicidade e envolvimento de quem participa. É o baile da terceira idade, que acontece todas as sextas-feiras no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Prof. Gonçalo Rollemberg Leite, localizado no bairro José Conrado de Araújo. Com o evento, a Semasc busca integrar e estimular a participação de todos os idosos que frequentam os Cras e as Unidades Socioeducativas (Uses) do município.

"Nos Centros de Referência e Unidades Socioeducativas, eles se voltam a assuntos muito sérios, como a manutenção de uma vida saudável e a prática da cidadania. No baile, continuam tratando desses assuntos, mesmo que de forma inconsciente. Lá, eles querem é diversão", observa a coordenadora de Proteção Social Básica da PMA, Yolanda de Oliveira.

Forró

Quando se fala em baile, imagina-se logo um salão repleto de casais, dançando músicas lentas e românticas. O baile da terceira idade reforça essa imagem, a não ser pelo ritmo musical. Nesse aspecto, o salão do Cras Gonçalo Rollemberg Leite é um reduto do forró.

Todas as sextas-feiras, a coordenadoria do Cras disponibiliza o espaço para que todos os frequentadores dos Cras e Uses da cidade extravasem suas energias. Basta colaborar com R$ 2 para o pagamento do trio pé-de-serra e cair no forró.

Muitos idosos de outros bairros da cidade não perdem o arrastapé semanal. É o caso de Seu Manoel Meneses, de 72 anos, que sai do Santos Dumont logo no início da tarde. "É bom sair cedo de casa para aproveitar o forró o máximo possível. Só descanso quando o trio para de tocar", conta com euforia o aposentado.

Independência

Outra característica comum a muitos forrozeiros de plantão é o fato de serem casados e mesmo assim se deslocarem sozinhos para dançar forró. Com Seu Manoel é assim. "Minha mulher é evangélica, não gosta de muita folia. Por isso, acabo vindo sozinho", revela.

O mesmo acontece com Dona Emília Neves, de 75 anos, que esbanja animação e vivacidade. "Já perdi as contas de quantas vezes já chamei meu esposo. Hoje em dia não chamo mais. Venho sozinha e me divirto muito", diz a forrozeira, que nos bailes não para de dançar um minuto sequer, mesmo estando sem par. "Apesar de ter mais de 70 anos, me sinto na flor da idade", orgulha-se.