Somente no último mês de julho, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) apreendeu de 62 veículos que faziam o transporte de passageiros de forma clandestina, ou seja, sem autorização legal da Prefeitura de Aracaju.
De acordo com o diretor de Trânsito da SMTT, major Paulo César Paiva, o número revela o esforço que vem sendo empreendido pelo município para acabar com o problema. "Se pensarmos em mais de 60 veículos estacionados no pátio da SMTT por mês, veremos que o número de apreensões é bastante alto", avalia.
Segundo ele, o mais grave é que 30% desse total são motocicletas. "A moto é um tipo de veículo que representa mais perigo ainda à população, se não forem tomadas as medidas cabíveis", ressalta o diretor.
Para resgatar sua motocicleta do pátio da SMTT, o condutor deve pagar a quantia de R$ 319,24. A partir da segunda incidência, o custo sobe para R$ 638,48. No entanto, o major Paiva revela que uma das maiores dificuldades em controlar o transporte clandestino é justamente a lucratividade do serviço.
"Para se ter uma idéia do quanto esse tipo de atividade é rentável, 80% dos veículos são liberados no mesmo dia ou no dia seguinte. Ou seja, percebe-se que não é difícil ver esses motoristas com dinheiro suficiente para pagar as multas, independente do número de incidências", explica o diretor.
Além das multas estabelecidas pela SMTT, os mototaxistas estão sujeitos a outras penalidades. "O condutor flagrado é caracterizado dentro da infração média e perde quatro pontos na carteira", informa o major Paiva.
Conscientização
Para o diretor, o maior obstáculo para o combate ao transporte ilegal é o fato de que a população continua aderindo a esse tipo de serviço, embora seja a maior prejudicada.
"A partir do momento em que as pessoas insistem em recorrer aos mototaxistas, elas mesmas ajudam a gerar lucro para os clandestinos e tornar sua segurança mais vulnerável", afirma Paiva.
Identificação
O major explica que o trabalho de identificação dos clandestinos é feito com toda a cautela para evitar injustiças. "Alguns sinais são característicos dos mototaxistas. A presença de um rádio, por exemplo, identifica esse profissional. Além disso, sempre observamos motoqueiros parados com freqüência em um determinado local, como se estivessem sempre esperando alguém", afirma.
Além disso, a abordagem também é minuciosamente planejada. "Ao parar um motociclista com passageiro, nós primeiro entrevistamos o condutor, para saber quem ele é e solicitamos a documentação. Em seguida, convidamos o passageiro para uma rápida entrevista, fazemos perguntas que ele só saberia responder se realmente conhecesse o motociclista", explica Paiva.