PMA encerra oficina da Rede Amamenta Brasil

Saúde
22/10/2009 16h34
Início > Noticias > 39574

Apoiar e incentivar o aleitamento materno, através de um trabalho amplo, envolvendo gestantes e profissionais da área da saúde. Com esses objetivos a Prefeitura de Aracaju, em parceria com o Governo do Estado e o Ministério da Saúde, promoveu a ‘Oficina de Capacitação de Tutores da Rede Amamenta Brasil', que terminou nesta quinta-feira, 22. Os treinamentos foram realizados em cinco Unidades de Saúde da Família (USF) da capital, selecionadas por já desenvolverem um bom trabalho relacionado à amamentação.

Desde a última terça-feira, 20, foram realizadas diversas atividades de conscientização dos profissionais de saúde em relação à importância do leite materno. As ações aconteceram no Hotel Celi, na orla de Atalaia, e nas USFs Manoel de Souza, no Sol Nascente, José Quintiliano, no povoado Areia Branca, Carlos Hardman, na Soledade, Eunice Barbosa, no Coqueiral, e João Bezerra, no Mosqueiro.

Através da capacitação dos tutores, que visa à implantação das ações da Rede Amamenta Brasil em Aracaju, é que o programa busca estimular junto às gestantes a amamentação e o armazenamento de leite materno, durante os períodos de pré e pós-natal. A iniciativa faz parte das políticas públicas voltadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Sergipe, no momento, existem quatro tutores, dois atuando na capital e mais dois no interior. Com o treinamento, subirá para 18 o número de profissionais capacitados no Estado, desses, 15 atuarão na capital. De acordo como coordenador de enfermagem da Rede Básica de Saúde de Aracaju e Tutor da Rede Amamenta Brasil, Geison Valença, a prioridade desse novo efetivo será transmitir o conhecimento obtido na capacitação.

"Nestes três dias, transmitimos inúmeras orientações valiosas e agora chegou o momento de estarmos nas Unidades para sensibilizarmos a comunidade, trocarmos saberes, fazendo acordos que possam ser executados pelas Unidades Básicas de Saúde. Em um segundo momento, retornaremos às unidades para o monitoramento e auxílio nesse processo de implantação da Rede Amamenta Brasil", explica Geison Valença.

Desafios

A coordenadora do Banco de Leite do Estado, Helia Carla Agapito, traça de forma semelhante o processo de implantação da rede de aleitamento materno. "O trabalho do tutor passa primeiro pela educação reflexiva, repensando os processos de trabalho e entendendo o aleitamento materno de forma diferenciada. Simultaneamente, os tutores vão adotar uma Unidade de Saúde como parceira, levando novas ações, discutindo com a equipe as melhoras que poderão ser feitas. Em seguida, caberá a ele retornar a cada três meses para ver como esses locais estão trabalhando na questão do aleitamento", afirmou.

A idéia da iniciativa é inserir a mulher em um universo sócio-cultural mais abrangente, através de um novo olhar. "Nosso trabalho é exatamente orientar a mãe, a mulher, a gestante, porque temos percebido que a prática do aleitamento não está sendo levada a sério. Normalmente, a mãe para de amamentar pela falta de apoio da família, já que ela tem outros filhos para cuidar, trabalho para retomar. Precisamos formar uma rede de ações junto aos profissionais de saúde, como agentes, enfermeiras, auxiliares, médicos, buscando também parcerias nas comunidades, para formar um grupo de apoio às gestantes no pós-parto imediato, que é quando os hormônios mudam e a mulher fica fragilizada, angustiada, o que a faz deixar de amamentar", explica a coordenadora do Banco de Leite de Lagarto, Zoéd Oliveira.

Ao final das atividades, as equipes envolvidas farão um levantamento das oficinas realizadas durante a semana, uma espécie de balanço dos resultados. Na sexta-feira, 23, durante a manhã, haverá o fechamento dos trabalhos com apreciação dos profissionais, discussão de práticas e pactuação de ações no Hotel Celi. 

Amamenta Brasil

Um dos principais objetivos da Rede Amamenta Brasil é incluir socialmente a gestante, através das redes Básicas de Saúde, que vão realizar acordos pré-determinados e elencar prioridades para desenvolver as atividades. "Queremos trazer uma nova abordagem, uma mudança de comportamento no pós-parto, através de um trabalho de base nas Unidades Básicas de Saúde, provocando, naturalmente, o aumento dos índices de aleitamento materno e diminuindo os de mortalidade infantil", diz Geison Valença.