Capacitação pretende contribuir para a redução do trabalho infantil

Saúde
22/10/2009 18h00
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O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizou na manhã desta quinta-feira, 22, a capacitação de 43 educadores da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc). A atividade é mais uma ação inserida na programação da Campanha de Combate ao Trabalho Infantil, desenvolvida pela Prefeitura de Aracaju durante toda a semana.

Como forma de desenvolver ações mais incisivas e com maior poder de abrangência, a capacitação prevê o trabalho conjunto entre as secretarias envolvidas para que os esforços se ampliem no sentido de erradicar o trabalho infantil no município de Aracaju. "Estamos qualificando os profissionais da Rede de Atenção Básica e Especializada da Semasc para que identifiquem e notifiquem os casos de exploração com mais facilidade", relatou a gerente do Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Márcia Martins.

Segundo ela, basta a vítima se dirigir a qualquer Unidade de Saúde da Família (USF), unidade hospitalar ou Centro de Referência em Assistência Social (Cras) para que o caso seja notificado. Após o preenchimento da ficha de notificação, ela é encaminhada ao Cerest, que se articula com o Conselho Tutelar e Ministério Público Estadual na investigação de cada caso e desenvolve ações específicas no sentido de erradicar o trabalho infantil. 

Segundo Márcia Martins, dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD), desenvolvida pelo IBGE em 2005 e divulgada em 2007, mostram que em Sergipe existiam 73 mil casos confirmados de trabalho infantil. Desse total, 4% foram vítimas de acidentes de trabalho ou exploração sexual.

Em Aracaju, os casos mais recorrentes de trabalho infantil estão concentrados em feiras livres, lixões e cruzamento de ruas e avenidas. "Não existe uma faixa etária específica, depende muito do tipo de trabalho. Nas feiras, por exemplo, a gente observa mais crianças de 9 a 16 anos, já no lixão, é comum encontrar crianças a partir dos oito anos", observa Márcia Martins.

De acordo com a assistente social Neyla Cristina Araújo, que trabalha no Programa de Atenção Integral às Famílias (Paif), os trabalhos desenvolvidos com foco nos jovens têm melhorado consideravelmente. "Agora os jovens são atendidos pelo Peti [Programa de Erradicação do Trabalho Infantil] e, assim, a prefeitura, através da SMS e da Semasc, tem dado apoio total para retirar crianças e adolescentes do trabalho ilegal", diz.