Conselheiros tutelares recebem informações sobre trabalho infantil

Saúde
29/10/2009 15h41
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O trabalho infantil, prática ilegal e muitas vezes socialmente aceita, está cada vez mais na mira dos agentes sociais de saúde e de educação do município de Aracaju. Na manhã desta quinta-feira, 29, representantes dos Conselhos Tutelares da capital participaram de uma capacitação promovida pela Prefeitura de Aracaju, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O curso aconteceu no complexo integrado do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador (Cerest).

O objetivo é estreitar vínculos com os conselheiros, que lidam diretamente com as comunidades, para minimizar os agravos relacionados ao trabalho infantil e promover um entendimento mais aprofundado sobre as causas e consequências dessa prática nociva às crianças e aos adolescentes. Outro objetivo do mini-curso foi divulgar a inclusão do campo 'Trabalho Infantil' na ‘Ficha Salve' - Sistema de Aviso Legal por violência, maus tratos ou exploração contra a criança e o adolescente.

"Sem as instituições e pessoas que lidam com isso diariamente, fica inviável mudar essa realidade. Sabemos que não será fácil, mas com parceiros fortes, buscando a educação, a assistência e a saúde, certamente poderemos minimizar essa triste realidade em nosso país", afirma a assistente social e técnica de referência do Cerest, Conceição Balbino.

Por isso mesmo é que a capacitação também busca despertar nos conselheiros a noção das missões de cada entidade envolvida no tratamento dos jovens vitimados. "O setor da saúde lida principalmente com as ‘conseqüências' do problema, enquanto a ‘causa' é investigada em parceria com a educação e assistência social", explica a assistente social.

Prevenção e assistência

Para a coordenadora da Rede de Atenção à Saúde do Trabalhador da SMS (Reast), Jane Curbani, essa iniciativa visa promover ações de controle social e de prevenção para que o trabalho infantil não aconteça. Segundo ela, estudos feitos em 2008 revelaram que a cada 100 crianças atendidas nas unidades de Emergências do município, quatro eram vítimas de acidentes relacionados ao trabalho.

"Não dá para a criança ser vítima da vulnerabilidade da família e se tornar o braço forte da casa, estando numa condição de fragilidade, alimentando o ciclo da exploração e se tornando um adulto sem formação escolar e, muitas vezes, doente", observa Jane Curbani.

De acordo com o conselheiro João Pereira do 3° distrito, que abrange mais de 10 bairros da cidade, a oportunidade foi válida para fortalecer a rede de trabalho dos conselheiros no atendimento a crianças e adolescentes. "A capacitação é importante para fortalecer e reconhecer a funcionalidade do nosso trabalho. As nossas atividades agora terão uma fluidez maior porque estamos adquirindo conhecimento e assim fica mais fácil desempenhar o nosso serviço", comemora João Pereira.