Os resultados do último Levantamento Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) revelam que o risco de contaminação de dengue diminuiu consideravelmente em Aracaju. De acordo com o estudo realizado pela Prefeitura de Aracaju entre os dias 26 e 30 de outubro deste ano, houve uma queda de 32% no percentual de infestação predial, em comparação ao levantamento anterior, realizado em setembro.
O índice atual de contaminação é de 1,5%. Embora ainda seja considerado um número em nível de alerta, o dado traz consigo vários resultados positivos, além da queda geral, de acordo com a coordenadora do Programa de Controle à Dengue da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Thaíse Cavalcante.
"Nesse último ciclo de trabalho, fica confirmado que a reprodução de mosquito da dengue não está em terrenos baldios, mas sim dentro das casas. No entanto, continuaremos intensificando as limpezas dos terrenos e dos quintais externos, com a chegada do verão", garante a coordenadora do programa.
Além disso, dos 39 bairros de Aracaju, 20 apresentaram uma queda no índice de infestação, a exemplo do Getúlio Vargas, Industrial, Pereira Lobo e Santo Antônio. Em relação ao LIRAa de setembro, 32 bairros conseguiram baixar ou permanecer com o índice de infestação, o que equivale a uma queda de 82% no resultado final.
Mas a maior surpresa revelada pelo LIRAa foi o bairro América. Durante todo o ano de 2009, o local apresentou índices que variavam entre 3,3% e 4,4%. Com o último levantamento, o número passou de 3,8% para 0,5%, o que representa uma queda vertiginosa de 13,2%.
"Nós ficamos muito animados com o avanço apresentado pelo bairro América, pois era um dos locais mais críticos do LIRAa. Sempre encontrávamos vários focos residenciais, mas agora vemos que o trabalho de conscientização junto à comunidade surtiu um efeito maior do que o esperado. O bairro passou de alto para baixo risco", afirma Thaíse, ressaltando que 12 bairros estão classificados em baixo risco (satisfatório).
Focos residenciais
No entanto, apesar das boas notícias relacionadas ao LIRAa, um ponto negativo em especial ainda dificulta o trabalho de prevenção e combate à dengue. Os maiores focos de dengue em Aracaju continuam sendo o interior das residências. Os depósitos de água ao nível do solo, como por exemplo as lavanderias que são utilizadas para armazenar água, tiveram um aumento de 4,8% no índice de infestação, em relação a setembro.
"Os pequenos depósitos apresentaram crescimento significativo de 68%. Ou seja, locais como ralos internos e externos e vasos de plantas continuam precisando de tratamentos mecânicos por parte da população, como o controle físico e a limpeza semanal", lamenta a representante da SMS.
Além disso, um bairro em especial continua sendo motivo de preocupação para a Secretaria de Saúde: o Cidade Nova. Embora o levantamento tenha revelado uma queda de 6,1 para 4,7 no índice de infestação, Thaíse Cavalcante explica que o número ainda é considerado de alto risco, com possibilidades de epidemia.
"O bairro Cidade Nova é bastante problemático. Desde o mês de março, ele permanece em alto risco. A população local alega que falta água com frequência, e por isso armazena em recipientes, tonéis e baldes, por exemplo. E, mesmo quando a distribuição de água está regular, eles continuam juntando água, com receio de que falte", explica Thaíse.
"Os Loteamentos Moema Meira e Pau-Ferro são os locais mais críticos no bairro. Então, procuramos orientar a população que, se eles costumam armazenar água, têm que lavar os recipientes com frequência", complementa a coordenadora do Programa de Controle à Dengue da SMS.