Município assiste pacientes com hanseníase

Saúde
26/11/2009 15h43
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Nos tempos bíblicos, pessoas com hanseníase - antes conhecida como lepra - eram alvo de preconceito e segregação. A doença, causada pela bactéria Mycobacteruim leprae, ficou caracterizada pelas sequelas deixadas pela inexistência, naquela época, de tratamento adequado. Com o avanço da ciência e da medicina, a realidade mudou. Hoje se sabe, por exemplo, que o contágio acontece por via respiratória, mas se dá somente quando há contato íntimo e prolongado com o doente.

Em Aracaju, o poder público tem trabalhado para garantir proteção e assistência aos pacientes com hanseníase, com o objetivo de apagar de vez os resquícios de discriminação. Uma das principais preocupações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) é assegurar um tratamento eficiente e humanizado. Periodicamente, as equipes de saúde participam de capacitações, tanto para aperfeiçoar o diagnóstico e o tratamento, quanto para orientar e conscientizar as famílias e a população em geral.

Segundo a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Tuberculose e Hanseníase, Fabrízia Dias, o diagnóstico precoce e o apoio de familiares é fundamental. "Não precisa isolar o paciente, é importante desmistificar isso. Se o paciente descobrir que tem a doença ainda no início e começar o tratamento correto, o convívio com sua família continua normal, sem grandes riscos de contágio", explica.

A bactéria pode permanecer durante muito tempo no paciente sem que ele perceba, o que faz da hanseníase uma doença que avança silenciosamente. Por isso, a coordenadora alerta para o aparecimento dos primeiros sintomas. "Ao notar o surgimento de manchas de qualquer coloração e a diminuição ou ausência da sensibilidade na região, ou locais de constante dormência, a pessoa deve procurar um médico. O atendimento é totalmente descentralizado, podendo ser feito com eficiência em qualquer unidade de saúde do município", garante.

Cura

A hanseníase tem cura. Iniciado o tratamento, o paciente já diminui bastante o risco de contaminar outras pessoas, mesmo aquelas com as quais mantém contato constante. A primeira dose do medicamento reduz em mais de 90% o risco de transmissão da doença. O tratamento dura de seis a dezoito meses, variando de acordo com a quantidade de bacilos existente no organismo de cada paciente.

No ano de 2008, 189 casos da doença foram registrados pela SMS. Desse total, 167 pacientes concluíram o tratamento com sucesso, o que equivale a 88%. Até setembro deste ano, foram diagnosticados 119 pacientes com hanseníase, dos quais 100 ficaram curados.

Após o tratamento, o paciente pode apresentar algumas reações. "As reações variam de acordo com cada paciente, mas também podem ser controladas sem deixar sequelas, houve a medicação e o acompanhamento corretos", conta Fabrízia.