Promover cidadania para que a comunidade do bairro Coqueiral se torne auto-sustentável. Esses são os principais objetivos de um projeto idealizado e executado pela Prefeitura de Aracaju, através do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Coqueiral, vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc). A ação é desenvolvida em parceria com o Projeto de Trabalho Técnico Social (PTTS) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), através da Unitrabalho.
A idéia se baseou no grande número de catadores de materiais recicláveis que vivem na região. Após o levantamento dos dados, a equipe do Cras realizou uma série de oficinas e trabalhos sociais e educativos com a comunidade, mostrando a importância da coleta seletiva. "Nossa idéia foi a de conscientizar mesmo a população e fazer com que ela se organizasse de uma forma mais eficiente", desatacou a coordenadora do Cras, Luana Pinheiro Rodrigues.
Depois de um longo período de discussões, a comunidade entendeu que a organização era o melhor caminho e fundou a Associação dos Catadores do Coqueiral (Ascoq), mas ainda não era o ideal, pois os associados continuavam na informalidade e sem perspectivas de um futuro melhor. Foi dessa dificuldade que nasceu a idéia da criação de uma cooperativa.
Capacitação
Na tarde dessa quinta-feira, dia 26, a comunidade se reuniu na sede da unidade social e ouviu atentamente todo o processo que deverá ser concretizado para a criação da cooperativa dos catadores. "A organização é o melhor caminho para se sair da informalidade, para que eles possam ter um melhor aproveitamento do trabalho, já que sozinhos eles não teriam condições técnicas, nem conhecimentos necessários. Agora, eles poderão ter acesso a um mundo que antes não conheciam", destacou a integrante do Unitrabalho, Mônica Cristina Rovaris Machado.
Por conta da necessidade de organização, a equipe do Cras convidou integrantes do Unitrabalho da UFS, que é uma rede universitária nacional que agrega universidades e instituições de ensino superior de todo o Brasil com o objetivo integrar universidades e o mundo do trabalho no desenvolvimento de projetos que promovam melhores condições de vida e trabalho. Nesse processo, busca-se a síntese entre o conhecimento científico e o saber popular para qualificar a organização e a ação social dos trabalhadores e trabalhadoras.
A comunidade compareceu e pôde observar os benefícios que irão surgir com a organização e a criação da cooperativa. "Nós vivemos individualmente, cada um com o pouco que ganha, mas agora, com a nossa cooperativa, poderemos trabalhar com mais tranquilidade, sem atravessadores, vendendo diretamente para as fábricas de reciclagem", destacou a presidente de Ascoq, Marta Janete Almeida Santos. Segundo ela, a perspectiva de futuro agora é outra. "Nós estamos muito ansiosos para que possamos colher os frutos dessa nova etapa de nossas vidas", completou.
