Balanço da dengue em 2009 aponta redução de 97% dos casos

Saúde
28/12/2009 09h50

Em 2009, o Programa de Combate à Dengue da Prefeitura de Aracaju realizou uma série de ações que possibilitaram um controle mais efetivo da proliferação do Aedes aegipity e dos casos de dengue no município. O trabalho semanal da força-tarefa, a capacitação e efetivação dos agentes municipais de endemias e os constantes trabalhos de conscientização feitos ao longo deste ano repercutiram numa redução de 97% dos casos de dengue em Aracaju.

Para o secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos, o êxito alcançado na campanha de combate a dengue em 2009 é reflexo da experiência adquirida no surto endêmico de 2008. "Aquele período nos fez conhecer e estudar melhor o fenômeno da dengue. Esse estudo nos proporcionou estruturar um trabalho contínuo de conscientização sanitária da população. Além disso, conquistamos a intersetorialização das ações de combate a dengue junto a Emsurb e Emurb", salientou.

Ainda de acordo com o secretário, a dengue não registrou nenhuma mortalidade em Aracaju em 2009. "A desprecarização dos agentes municipais de endemias foi um dos fatores determinantes para as conquistas alcançadas este ano. A efetivação dos agentes comunitários de saúde també foi fundamental nesse processo", destacou.

Força-Tarefa

Uma das principais ações do plano de combate a dengue da Prefeitura de Aracaju é a força-tarefa. A cada semana, a partir da quarta-feira seguindo até o sábado, os agentes municipais de combate a endemias visitam entre três a quatro bairros da capital. Essas ações consistem em um verdadeiro mutirão de limpeza em terrenos baldios, eliminação de focos de larvas do mosquito e remoção de entulhos nos quintais de residências, além de uma rotina de informação e conscientização da população sobre os riscos da dengue.

A agenda da força-tarefa é divulgada todas as terças-feiras no site da Prefeitura de Aracaju e segue os resultados apontados pelo Levantamento de Índice Rápido (Lira), realizado de dois em dois meses. O Lira mede o índice de proliferação dos focos do Aedes aegypti nos bairros aracajuanos, indicando as áreas com risco maior de índice de infestação.

Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica (Covepi), Taíse Cavalcante, os principais resultados alcançados pela força-tarefa em 2009 se deram nas áreas consideradas mais críticas. "Foi de suma importância o trabalho de limpeza realizado em terrenos baldios nos bairros que costumam apresentar alto índice de infestação, como a Coroa do Meio e Atalaia. Nessas localidades, mesmo durante o período de chuva, houve uma redução considerável no número de casos de dengue relacionados ao ano de 2008", pontuou.

O resultado desse controle permanente como consequência do trabalho da força-tarefa foi uma queda de 98,89% de casos confirmados da doença, já nos quatro primeiros meses do ano de 2009, com relação ao mesmo período no ano passado. "Ao longo de todo o ano alcançamos uma queda nos números de casos notificados mês a mês e uma redução estável de 97% dos casos de dengue. Isso se deve ao trabalho de conscientização feito pelos agentes de saúde, às forças-tarefas realizadas semanalmente e à própria comunidade", destacou a coordenadora da Covepi.

Novos agentes

Duzentos novos agentes de endemias foram empossados em 2009, todos provenientes de aprovação em concurso público. Esse novo quantitativo de trabalhadores no combate à dengue em Aracaju foram submetidos a uma série de capacitações e atualizações em campo.

A partir do mês de junho cerca de 232 agentes de endemias distribuídos pelas oito regiões que compõem a saúde municipal foram capacitados para utilização do novo larvicida, o Deflubenzuron. A capacitação, que aconteceu no Centro de Educação Permanente em Saúde (Ceps), foi uma iniciativa da Prefeitura de Aracaju através do Programa Municipal de Controle da Dengue.

O Deflubenzuron veio substituir o antigo larvicida o Temefós. O novo larvicida começou a ser aplicado em setembro deste ano com o objetivo de alcançar resultados mais satisfatórios na eliminação das larvas que se tornaram mais resistentes ao veneno até então utilizado. De acordo com Taíse Cavalcante, já no primeiro ciclo de aplicação do produto foi observada uma redução de 32% do índice geral de infestação do Aeds aegypti em Aracaju.