Obras municipais priorizam acessibilidade

Infraestrutura
07/01/2010 11h35
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Promover igualdade de oportunidades e garantir qualidade de vida para os portadores de deficiência física e pessoas com mobilidade reduzida é uma preocupação constante da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA). Em todas as obras da administração municipal, sejam construções ou reurbanizações, equipamentos de acessibilidade são elementos obrigatórios.

De acordo com a arquiteta da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Angélica Rocha, a preocupação com a acessibilidade já começa na primeira etapa do planejamento. "Ao elaborar o projeto, nós já delineamos os espaços reservados às rampas e aos pisos táteis, por exemplo. O orçamento também já é definido de imediato. Atualmente podemos dizer em média 30% do investimento em cada obra são destinados à implantação desses equipamentos específicos", garante Angélica.

Algumas obras exigem mais investimentos em acessibilidade, a depender do local e da utilização do espaço pelas pessoas. "Praças como a do Farol e a do bairro Jardins apresentam dois níveis, o que requer uma quantidade maior de recursos. Quanto maior a dificuldade de acesso, maiores são os nossos esforços para promover a acessibilidade", afirma a arquiteta, que é membro do Conselho Municipal de Pessoa com Deficiência (CMPcD), representando a Emurb.

Praças

A presença dos equipamentos de acessibilidade pode ser constatada nas praças de todos os bairros da capital. Nos últimos dois anos, a Prefeitura de Aracaju investiu cerca de R$ 10 milhões na construção ou reforma de 48 praças, com o intuito de proporcionar mais lazer e bem-estar para a população. Todas elas possuem rampas de acesso e passarelas de concreto para cadeirantes e piso tátil para deficientes visuais.

Uma das praças que mais chama atenção pela qualidade da reurbanização é a Fausto Cardoso, localizada no Centro da cidade. Angélica explica que o projeto da praça central inclui elementos importantes para a socialização e integração da população que frequenta o local.

"Como a praça Fausto Cardoso é central e tem bastante movimento, nós não só instalamos o piso tátil nas extremidades da calçada como também criamos caminhos sinuosos na parte interna. Assim, as pessoas podem circular à vontade por dentro da praça. Além disso, temos a preocupação de sempre elaborar os pisos com cores vivas, como o vermelho, pensando nas pessoas que têm baixa visão", explica a arquiteta.

O espaço também conta com passarelas de concreto destinadas especificamente aos cadeirantes. "Como preservamos a pedra portuguesa, eles têm a opção do caminho de concreto para se locomover na praça. Essas passarelas continuam a partir das rampas de acesso localizadas na ponta da calçada e levam, inclusive, às vagas de estacionamentos direcionadas às pessoas com deficiência", complementa.

Outras obras

Além dos espaços públicos e prédios de órgãos municipais, as obras de habitação construídas pela PMA também possuem equipamentos de acessibilidade. "Em todos os programas de habitação popular são implantadas pela Emurb rampas e outros elementos voltados à acessibilidade. Tudo isso é pensado de forma a promover a inclusão de moradores com deficiência física", explica.

Espaços antigos também estão sendo adaptados para a promoção da acessibilidade. "Em locais de grande movimentação comercial, como os calçadões do Centro da cidade, nós construímos rampas de acesso. Na rua Itabaianinha, por exemplo, que dá acesso a vários locais, estamos com um projeto recente de rearrumação de todos os passeios", afirma a arquiteta da Emurb.

Escolas municipais, creches e unidades de saúde, entre outros prédios públicos, também são equipados com elementos fundamentais ao acesso. "Além dos materiais físicos, como rampas e pisos especiais, as instituições municipais possuem placas em braile e banheiros adaptados", conta Angélica.

Deque do banho doce

Como todas as obras executadas pela Prefeitura de Aracaju, o projeto do deque do banho doce também prevê a construção de rampas de acesso, que, nesse caso, darão acesso à passarela de madeira. Como as rampas de acesso serão construídas na etapa seguinte, algumas pessoas estão confundindo a rampa de serviço, utilizada pelos trabalhadores.

"A rampa provisória, utilizada pelo pessoal que está executando a obra para o transporte dos materiais, está sendo apontada como a rampa de acesso para deficientes. No entanto, esclarecemos à população que a rampa para os cadeirantes ainda será construída, em cumprimento à lei federal 10.068/2000 e obedecendo todas as normas", explica Angélica Rocha, que também é autora do projeto.

Além disso, segundo ela, a separação da madeira receberá uma junta, que se encarregará de preencher os espaços abertos. "Quem tentar passar com a cadeira de rodas agora poderá ter problemas porque a obra ainda não está concluída. Mas, em breve, toda a madeira será organizada de forma a promover o acesso. Nós sempre continuaremos buscando formas de nos aprimorar na promoção da acessibilidade", garante.