Após o acidente acontecido logo no início do ano, quando parte da estrutura do Bar Croa do Goré, situado no rio Vaza Barris, cedeu e deixou algumas pessoas feridas, o local foi interditado, impossibilitando o trabalho das famílias que sobrevivem do movimento turístico no local. Atenta à realidade, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Extraordinária de Participação Popular (SEPP), participou de uma reunião na tarde desta sexta-feira, 15, em busca de uma solução para o impasse. O encontro aconteceu na Escola Municipal José Carlos Teixeira, no Mosqueiro.
Vários garçons, cozinheiros, barqueiros e demais pessoas que residem na região e retiravam seu sustento do bar compareceram ao encontro. "A idéia dessa reunião é a essência de nossa atividade. Apesar de a Croa ficar no território do município de São Cristóvão, viemos porque aqui existem demandas do Orçamento Participativo. Já tínhamos conhecimento do problema pela imprensa e através de pessoas que estão num momento difícil. Essa é também uma demanda da população de Aracaju", ressaltou o secretário municipal de Participação Popular, Rômulo Rodrigues.
No encontro foram discutidas formas de resolver a questão. Entre as alternativas apontadas, a que mais chamou a atenção foi a proposta apresentada pela arquiteta Aline Viana, que desenvolveu um projeto de um bar em forma de barco, seguindo todas as normas ambientais exigidas. "Conheci a Croa do Goré em 2006 e me apaixonei. Vejo que ali há um imenso potencial. Se conseguirmos criar um espaço bonito e integrado à natureza, o turista não vai querer sair daqui", afirmou a arquiteta.
Um dos proprietários da estrutura danificada, Gilson Brito, mostrou-se favorável à iniciativa de reunir as pessoas envolvidas, com o intermédio da administração municipal. "Foi muito bom para nós. Estávamos mesmo precisando", concluiu Gilson, lembrando que, antes do acidente, o estabelecimento costumava receber mais de mil turistas ao longo de um feriado prolongado. "Temos que nos unir para conseguirmos reativar o bar", concluiu o comerciante.
Pendências
Entre as pendências para o funcionamento da estrutura está sua legalização e adequação ao que exige a Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). "O bar não é algo normatizado, não está dentro das normas ambientais, e por isso nem pode ser divulgado pelo poder público. Cabe agora ver um projeto para solucionar essa questão e inseri-lo no nosso roteiro turístico", complementou Rômulo Rodrigues.
O encontro também teve a participação da vereadora Rosângela Santana, que lamentou a atual situação das famílias da localidade e também fez um apelo para que o problema seja resolvido. "Entendemos esse ato como sendo de extrema relevância. A Croa do Goré é um espaço público admirado por todos e até agora está sem uma boa estrutura. Infelizmente precisou acontecer o acidente para que tomássemos maior cuidado. Mas uma questão que está acima disso é a sobrevivência dos trabalhadores", concluiu a vereadora.