O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Aracaju (SAMU - Aracaju) começou nessa segunda-feira, 18, a capacitar seus profissionais para a condução de motolâncias - motocicletas utilizadas como veículos de socorro e pronto-atendimento. Ministrado pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Estado de Sergipe (DPRF-SE), o curso segue até o próximo dia 23. A iniciativa é do Ministério da Saúde, que está implantando as motolâncias nacionalmente, em caráter experimental, com o objetivo de reduzir o tempo-resposta em situações de emergência.
Nesta primeira turma estão sendo formados 10 profissionais de atendimento pré-hospitalar do município e mais 16 do SAMU Estadual. O treinamento é realizado na sede da Polícia Rodoviária Federal, bairro Santos Dumont. "Este é um treinamento exaustivo, onde vamos trabalhar as habilidades de cada condutor, criando uma intimidade maior entre ele e a moto. O objetivo é aperfeiçoá-los de modo que eles aprendam a lidar com dificuldades do dia-a-dia e saibam tomar decisões rápidas e precisas", disse o instrutor do DPRF-SE, Lenaldo Meneses Mota.
Cada um dos aprendizes passará por 10 horas diárias de treinamento, das 7 às 19 horas, com pausa para o almoço. O curso engloba 50 horas de aulas práticas e mais 10 horas de aulas teóricas. Ao término da capacitação, os alunos serão submetidos a uma prova que definirá aqueles que realmente estão aptos para atuar no serviço de motolâncias. "Todos partem com 100 pontos ao início da avaliação. A cada obstáculo derrubado, alguns pontos são descontados. Quem chegar ao fim da avaliação com aproveitamento de 70% será aprovado para atuar nesse tipo de salvamento", explicou o instrutor.
O técnico em enfermagem Genisson Oliveira, que há nove anos trabalha no SAMU municipal, está participando do treinamento. "O curso tem sido bastante interessante, apesar de apresentar um alto nível de dificuldade, pois estou aprendendo manobras às quais não estava acostumado. Acredito que ao final vamos estar bem preparados, já que o curso treina habilidade e muita técnica", destacou o profissional.
Margarida Borges, que tem dois anos de experiência em atendimento pelo SAMU de Aracaju, disse que o treinamento a deixou cheia de expectativas. "No começo fiquei um pouco ansiosa, mas o curso está sendo muito válido, pois ajudará a diminuir o tempo de atendimento da vítima. Após prestarmos os primeiros socorros, vamos indicar à central, através do rádio, que tipo de ambulância deve ser enviada ao local de atendimento. Se o paciente estiver em estado grave, solicitamos a Unidade de Suporte Avançado, porém, se o caso não for tão grave, pedimos a Unidade de Suporte Básico", detalhou a atendente pré-hospitalar.
Motolâncias no SAMU
A portaria de número 2.970 do Ministério da Saúde, de 8 de dezembro de 2008, institui o veículo motocicleta (motolância) como integrante da frota de intervenção em toda a Rede SAMU 192, definindo os critérios técnicos para sua utilização. Para a coordenadora do SAMU Aracaju, Wanesca de Souza Barbosa, o uso de motocicletas no atendimento às vítimas emergenciais representa um avanço extremamente importante.
"O espaço de tempo entre o momento em que serviço é acionado até a hora do atendimento, chamado tecnicamente de tempo-resposta, vai diminuir consideravelmente com a motocicleta. Assim, a abordagem dos pacientes deve ser facilitada, e isso é muito importante se observarmos o crescimento da cidade de Aracaju e o aumento no número de carros trafegando, principalmente nos horários de pico. A mobilidade que a moto possui permite um atendimento mais rápido, o que reduz o risco de sequelas nas vítimas", afirmou Wanesca.
Ainda de acordo com ela, estarão compondo a frota do SAMU municipal cinco motolâncias. "Todas elas são equipadas com um kit de primeiros socorros composto por colar de imobilização para pescoço, acesso venoso, ferramentas para curativo compressivo e outros instrumentos que preparam o paciente para a chegada da ambulância", enfatizou a coordenadora do SAMU Aracaju.