Milhares de fiéis dos quatro cantos do estado demonstraram muito carinho e devoção a Nossa Senhora da Purificação na tarde da última terça-feira, dia 2. Na procissão da padroeira do município de Capela, que fica há quase 70 quilômetros da capital, as ruas foram tomadas por sergipanos de diversas localidades e gerações. Em meio à multidão estava o capelense e prefeito de Aracaju em exercício, Silvio Santos, que já tem o evento como um destino certo a cada ano.
"Sempre que posso eu compareço. A festa de Nossa Senhora da Purificação tem o poder de mobilizar essa multidão. Todos os capelenses, tanto os que continuam aqui quanto os que estão fora daqui, voltam à cidade nessa época para orar e acompanhar a procissão. Além deles, os vizinhos também comparecem. São devotos da santa de todo o estado", ressaltou Silvio Santos, que percorreu todo o trajeto, de aproximadamente três quilômetros.
"Como capelense, fico muito feliz de vir mais uma vez aqui rezar para Nossa Senhora nos proteger, nos dar saúde, força, e participar de um evento que mobiliza tantas pessoas", complementou o prefeito de Aracaju em exercício, que caminhou ao lado dos deputados federais Jackson Barreto e Valadares Filho, e do prefeito de Capela, Manoel Messias, o Sukita.
Cortejo
Mais à frente do cortejo, que durou até o início da noite, o bispo auxiliar de Aracaju, Dom Henrique da Costa, também andava ao lado dos cerca de sete mil fiéis. "Hoje vemos o quanto a fé e o cristianismo estão vivos no povo sergipano. Vivemos em um mundo tão complicado, que vê crescer a droga, a violência e a dissolução da família. E o que é que pode tirar o homem dessa situação? A fé, a abertura para Deus", afirmou Dom Henrique.
Segundo ele, o sergipano tem um senso muito forte do que representa a família e isso ficou claro na homenagem feita a Nossa Senhora da Purificação. "Enquanto Sergipe for fiel ao Nosso Senhor, terá seu futuro garantido. Uma sociedade de paz é construída com uma verdadeira solidariedade", disse o bispo auxiliar.
Devoção
A celebração à padroeira de Capela remete às origens do município, quando ainda no século XVIII o capitão Luis de Andrade Pacheco fixou residência na localidade e bancou a construção de uma capela em homenagem a santa. Hoje, no mesmo local, fica a igreja Nossa Senhora da Purificação. "Na procissão também celebramos a origem da cidade, já que ela cresceu em volta da capela", observou o padre Reinaldo Gomes, titular da paróquia que leva o nome da santa.
Assídua frequentadora do templo cristão desde os primeiros anos de vida, a costureira aposentada Valdira Santana da Silva, 76, conta que nem se lembra da última vez em que não participou do festejo. "Já vinha para a procissão bem novinha, com meus pais. Sempre que chega o dia já me preparo logo; hoje cedo acordei e pensei: ‘vou para a rua ver minha mãezinha sair'", revelou a devota.