Começa II Encontro Estadual das Cidadãs Positivas

Saúde
25/03/2010 16h45
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Aprender a lidar com uma nova forma de viver, enfrentar o preconceito partilhar experiências de como superar o desafio de ter o vírus da Aids. É com esse objetivo que neste mês da mulher a Rede de Cidadãs Positivas realiza o seu segundo Encontro Estadual. Este ano o evento traz como tema o enfrentamento da feminização da Aids. O encontro será realizado de 25 a 27 de março ,no auditório do Sest/Senat.

A organização do evento conta com a parceria dos programas de Saúde da Mulher e de DST/Aids de Aracaju e de Sergipe. "Esse encontro tem como finalidade potencializar o protagonismo da mulher vivendo com HIV/Aids em Sergipe. Temas como saúde e cidadania, preconceito e violência serão discutidos no intuito de criar novas estratégias para garantir a auto-estima,e a inclusão das mulheres soropositivas", disse o coordenador do Programa HIV/Aids, Andrey Lemos.

Já a coordenadora do Programa Municipal Saúde da Mulher, Cristiani Ludmila Borges, acredita que esse é um espaço que oportuniza "a questão do debate sobre o tratamento da doença e a implementação de políticas públicas que tragam mais qualidade de vida para a população feminina que vive com Aids".

Para a organizadora do encontro temático, Maria Georgina Machado, que vive com o vírus da Aids há 15 anos, essa é uma oportunidade de trocar experiências. "Essa é uma forma de multiplicarmos nossos saberes. Queremos mostrar que é possível lutar contra o HIV e dar sequência às nossas vidas."

Raphaela Machado, filha de Georgina, conta que descobriu aos onze anos de idade que a mãe tinha HIV. Na época, ela sequer sabia o que era o vírus. "A partir daí, comecei a buscar saber mais sobre o assunto para poder dar todo o apoio que minha mãe precisava. Já sofremos muito preconceito. Perdi algumas amizades e namorados pelo fato de minha mãe ser soropositiva e de eu estar envolvida em grupos de apoio a pessoas que vivem com Aids. Até de alguns parentes e pessoas da famílias acabamos nos afastando, pois quando os visitávamos, separavam os talheres e o prato que minha mãe usava", contou.

Homenagem

Dona Norma de Jesus (nome fictício), que vive há 20 anos com o HIV, foi homenageada pelo seu envolvimento na luta pela sobrevida das cidadãs soropositivas. Durante a homenagem destacou-se uma das frase mais sustentadas ela desde que se descobriu portadora do HIV. "O HIV não vai me levar, mas sou eu quem vai destruí-lo!".

A representante do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas, Gisele Dantas, há doze soropositiva, fez questão de abraçar Norma de Jesus, parabenizando-a por seu exemplo de superação. "Estou aqui não só para parabenizá-la, mas ainda para fortalecer e ajudar esse movimento tão bonito. Temos muitas conquistas, mas precisamos avançar. Temos força, somos guerreiras!", destacou Gisele.