Na perspectiva de desenvolver trabalhos de educação para o trânsito com alunos, pais e professores do ensino infantil e fundamental das redes pública e privada, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) implantou no ano de 2009 o projeto ‘Lição de Cidadania'. A iniciativa capacita professores e funcionários das unidades de ensino - para que eles atuem como operadores de trânsito na porta das escolas - e realiza atividades lúdicas e educativas com pais e alunos.
A coordenadora de Educação para o Trânsito da SMTT, Marieta Falcão, afirma que o projeto tem vários focos: os alunos, que serão os futuros condutores; os professores, que têm como dever trabalhar a temática do trânsito transversalmente em todas as disciplinas; e as escolas, pois elas cuidam da educação e são pólos geradores de tráfego. "Mesmo nas escolas públicas, onde a maioria dos alunos chega até lá de ônibus, bicicleta ou a pé, os estudantes e os pais ficam muito vulneráveis, pois há uma grande movimentação de pessoas e carros na porta e às vezes podem ocorrer transtornos e acidentes", afirma.
Segundo a coordenadora, a capacitação de funcionários das escolas para que eles possam atuar como agentes de trânsito tem o objetivo de evitar engarrafamentos, acidentes e demais transtornos motivados pela grande concentração de veículos. A intenção é que o projeto ‘Lição de Cidadania' auxilie os alunos e orientam e condutores, evitando, por exemplo, que os motoristas parem em fila dupla ou sobre a faixa de pedestre.
O curso de capacitação acontece em cinco dias, sendo três dias de teoria e dois de prática. "A parte da teoria é ministrada pelos instrutores de trânsito, psicólogos e educadores da equipe da Coordenadoria da Educação. Na atividade prática, o agente de trânsito vai com a turma para a rua ou para a porta de alguma escola e mostra como um agente de trânsito deve se comportar", conta Marieta Falcão.
Capacitação
O operador de trânsito é capacitado e autorizado pela SMTT para cumprir o papel de orientar condutores e pedestres e desenvolver ações de cidadania e de segurança, como estimular as pessoas a atravessar na faixa e evitar que os condutores parem ou estcionem os veículos em cima da calçada. É importante lembrar que os voluntários do projeto não podem exercer a função de agente de trânsito, e, por isso, não estão autorizados a aplicar multas, apreender veículos e carteiras de habilitação.
O funcionário é cedido pela própria escola e, quando começa a atuar, precisa estar com um fardamento que o identifica como operador de trânsito, com a cor amarela. O segundo eixo do projeto, chamado ‘Dever de Casa', capacita os professores em psicologia, educação e pedagogia no trânsito (que ensina como tratar o tema transversalmente com outras disciplinas e incentivar os debates com os alunos).
Quando voltam às escolas, os professores capacitados têm o papel de planejar com outros professores como abordar o assunto em sala de aula. Depois de começado o trabalho nas unidades de ensino, o terceiro eixo, ‘Bloco da Cidadania', atua com os pais e alunos. O Bloco da Cidadania trabalha com teatro, atividades lúdicas e palestras.
Equipe
A equipe que capacita é formada por agentes de trânsito e instrutores, a própria coordenadora, Marieta Falcão, três psicólogos, duas pedagogas e uma pessoa das relações públicas. O projeto é monitorado de três em três meses nas escolas pela SMTT, através de entrevistas com os pais, alunos e professores para saber se está sendo bem aplicado e confirmar se o operador está auxiliando adequadamente o Trânsito das escolas. Também é verificado se a capacitação feita com os professores está surtindo algum efeito.
Em Aracaju aderiram ao ‘Lição de Cidadania' 20 escolas particulares. Todas se comprometeram a encaminhar um funcionário e um professor para a capacitação, além de providenciar o fardamento. A SMTT está buscando um organismo financiador para conseguir captar recursos e implantar a iniciativa em todas as escolas públicas do município.