Muito antes do início das fortes chuvas na capital sergipana, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) já havia iniciado a transferência de pessoas que moravam em áreas de risco para habitações construídas no Bairro Novo. No total, 205 famílias da Prainha e do Morro do Avião foram retiradas a tempo de suas antigas residências e escaparam ilesas das consequências de possíveis tragédias. Hoje, elas moram em casas e apartamentos seguros e confortáveis, livres dos riscos de enchentes e desabamentos.
A chegada das chuvas fez com que a PMA, através da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasc), agilizasse o processo de transferência dos moradores das áreas de risco. Nessa segunda-feira, 12, foram removidas 28 famílias para o bairro Novo, e hoje, 13, cerca de 25 fizeram a mudança. Ao todo, até o momento, já foram transferidas 258 famílias para 120 casas e 138 apartamentos.
Com seu pequeno filho de quatro meses nos braços, a dona de casa Cleidiane de Jesus não esconde a alegria de estar segura em sua nova residência. Há apenas uma semana em seu apartamento, que fica no terceiro andar de um dos blocos construídos no Bairro Novo, a ex-moradora da Prainha fala como sua vida mudou para melhor. "Onde eu morava tinha muita sujeira, lama, rato. Quando chovia, muita gente pegava leptospirose. Posso dizer que fui do inferno ao céu e agradeço muito a Deus e à prefeitura por isso", conta aliviada.
Também dona de casa e mãe solteira de quatro filhos, Valdiclea Souza se mudou para um dos apartamentos há poucos dias. Ela morava em uma casa de taipa na invasão do Arrozal, próximo ao Marivan. Quando chovia, a água entrava em sua casa e Valdiclea tentava proteger suas crianças como podia. Hoje, ela vive uma nova etapa da sua vida.
"Eu estou alegre demais. Quando penso em como seria, com essas chuvas, se eu ainda estivesse na antiga casa, fico muito aliviada. Aqui é muito fresco, confortável e, principalmente, seguro", comemora Valdiclea.
Recém-chegados
O caminhão de mudança chegou, cinco crianças desceram e, bem devagar, foram fazendo o reconhecimento da casa. Seus rostos revelavam um misto de surpresa e alegria com a casa nova. O pai das crianças, o operário Damião Espírito Santo, também não escondia o alívio que sentia em ver sua família em segurança, livre das consequências das chuvas.
"A gente morava na Prainha e lá a situação era muito ruim, muita lama, corríamos risco de pegar várias doenças. Agora, estamos começando uma vida nova. Receber essa casa é a realização de um sonho", diz Damião.
Continuidade
A mudança das famílias está sendo feita pela Semasc por etapas. Segundo informações da secretaria, algumas das famílias que estão chegando no Bairro Novo antes moravam em casas alugadas pela PMA. Agora, essas casas deverão ser ocupadas pelas famílias desabrigadas por conta das chuvas.
