Desde o início do período chuvoso, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) tem prestado toda a assistência necessária às famílias atingidas. Medidas emergenciais têm sido executadas a todo o momento e todas as secretarias estão a postos para os chamados de emergência. Como a previsão meteorológica acusa que as chuvas fortes devem cessar nos próximos dias, a PMA já planeja importantes ações para recuperar danos causados à cidade e à população.
As secretarias municipais de Saúde (SMS), de Educação (Semed) e de Assistência Social e Cidadania (Semasc), a Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb) e a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) já começam a se preparar para atuar no período pós-chuvas.
Até as 23 horas dessa quinta-feira, 15, segundo informações da Defesa Civil do Estado de Sergipe, já foram contabilizados em Aracaju 830 desalojados, 895 desabrigados, quatro feridos, nenhuma morte, 24 casas destruídas e 324 danificadas. Foram detectados 121 pontos de alagamento, atingindo praticamente todos os bairros da capital. Nos últimos seis dias, foi registrado o acumulado de 415 mm de precipitações.
Emurb
Antes das chuvas, já no mês de dezembro, com o início do verão, a Emurb intensificou serviços de recuperação e ampliação da rede de drenagem e ações preventivas contra alagamentos. Desde o início das fortes chuvas, a empresa não foi notificada sobre a ocorrência de nenhum grande problema relacionado a buracos no pavimento das vias da cidade. Com relação aos registros cotidianos, já está sendo feita a recuperação imediata das áreas.
Assim que cessar o período das chuvas e houver, pelo menos, uma semana com sol, deixando os terrenos secos, a Emurb vai realizar um trabalho de terraplanagem nas vias que sofreram com a erosão proveniente da enxurrada.
Emsurb
Desde o início do período chuvoso, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) vem executando serviços emergenciais para recuperar os danos ocasionados pelas chuvas. A empresa realiza levantamentos técnicos diários que possibilitam a identificação dos serviços que precisam ser realizados e garantem o atendimento das necessidades mais urgentes.
Já foram feitas ações de limpeza em inúmeros canais e em áreas alagadas, com equipes de plantão durante a noite e aos finais de semana. Além disso, está sendo realizado o escoamento de água em alguns bairros e ações de apoio nos locais onde estão alojados os desabrigados. Os mercados municipais também estão sendo vistoriados e passam por serviços de manutenção.
Saúde
Com as chuvas e os alagamentos, aumentam os riscos do aparecimento de doenças como leptospirose, hepatites agudas (A e E), doenças diarréicas, tétano, doenças de transmissão respiratória, traumas e lesões, e ainda acidentes envolvendo animais peçonhentos. Por conta disso, as equipes da Coordenação de Vigilância em Saúde e a Vigilância Epidemiológica de Agravos Transmissíveis da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estão em alerta e prontas a prestar toda a assistência necessária à população.
A Prefeitura de Aracaju também mantém, mesmo durante o período das chuvas, as ações preventivas de combate à dengue, como a força-tarefa, os mutirões de limpeza, entre outras atividades. As chuvas não favorecem a proliferação do mosquito, mas no período posterior ao chuvoso os riscos aumentam, devido ao aparecimento de focos do Aedes Aegypt.
Educação
Segundo balanço apresentado pela secretária municipal de Educação, Teresa Cristina Cerqueira da Graça, as atividades nas escolas municipais chegaram a ser comprometidas por conta das chuvas.Dos 32 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino, cerca de 3.600 estão temporariamente sem aulas. "Ao todo, temos 15 escolas afetadas pelas chuvas. A que está em situação mais crítica é a Jaime Araújo, no bairro Soledade", disse.
A escola, que possui cerca de 1.100 alunos, foi invadida pela água e pela lama. As aulas foram suspensas e alguns móveis foram danificados. Segundo informações da secretaria, outras sete escolas tiveram as aulas suspensas em virtude dos danos causados pelas chuvas - goteiras no telhado, vazamento através da calha, alagamento e rachaduras. Nas unidades de ensino que estão recebendo as famílias desabrigadas a manutenção das atividades normais foi inviabilizada.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), o retorno das atividades nas escolas em que elas foram suspensas e o cronograma de reposição das aulas serão definidos e divulgados assim que cessar o período das chuvas. Segundo a secretaria, logo após as chuvas, serão executadas ações de manutenção física e, assim que as escolas estiverem em condições de receber os alunos novamente, as aulas serão normalizadas.
Outra informação da secretaria é que a Creche Selma Bandeira, localizada no bairro Jabotiana, foi alagada, teve alguns dos seus bens móveis danificados e as aulas foram suspensas. Mas as crianças estão sendo assistidas na unidade em anexo, Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI) José Airton de Andrade.
Assistência social
A PMA mantém mais de 900 pessoas em seis abrigos provisórios montados em escolas do estado e do município, localizadas nas zonas Norte e Sul da capital. Lá, elas recebem alimentos, colchões, roupas e assistência de saúde. De acordo com informações da Semasc, a secretaria continua trabalhando arduamente para dar todo o apoio necessário às pessoas que estão em abrigos.
O trabalho das equipes médicas tem sido intenso nos abrigos, assim como a atuação do Corpo de Bombeiros e das coordenadorias de Defesa Civil municipal e estadual. Estes últimos profissionais trabalham na remoção das famílias das áreas de risco, medida prioritária desde que as chuvas começaram a se intensificar na cidade.
Costa do Sol
As famílias vítimas das chuvas no residencial Costa do Sol, localizado na Zona de Expansão, foram hospedadas em pousadas e hotéis alugados pela PMA. A ação tem o objetivo de abrigar temporariamente aqueles que não têm como voltar para suas casas, até que sejam encontrados imóveis para alugar em áreas próximas ao conjunto, no valor de R$ 600 a R$ 800.
Outra medida emergencial adotada para diminuir os transtornos no local é a construção de um duto que fará o escoamento das águas até o canal da avenida Heráclito Rolemberg. Mas, para acabar definitivamente com as enchentes no Costa do Sol, o prefeito anunciou a construção de um novo canal.
"O canal que existia antes já foi comprometido pela construção desordenada de residenciais no local. Para contornar a situação, a PMA irá construir outro canal, que deverá desaguar no canal da avenida Beira Mar, evitando enchentes na região. Nessa obra serão investidos R$ 26 milhões", explicou Edvaldo em reunião com os moradores da localidade.
Além disso, como muitas famílias tiveram prejuízo material, a Defesa Civil entrará em ação para reverter os danos. "Junto com os proprietários dos imóveis, representantes da Defesa Civil farão uma vistoria nos imóveis para avaliar os prejuízos causados pelas chuvas. Faremos o máximo que pudermos para compensar esses danos, assim que o período de chuvas acabar", afirmou o coordenador da Defesa Civil Municipal, Nicanor Moura.