Mortalidade infantil de Aracaju é a menor em 10 anos

Saúde
20/04/2010 14h53

Uma das mais importantes metas da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) foi atingida com sucesso. O índice de mortalidade infantil foi reduzido ao alcançar o percentual de 16,73%, o menor dos últimos 10 anos. Considerando-se que, em 2000, a taxa era de 29,87%, houve uma redução de quase 50% em 2009.

A taxa de mortalidade infantil tem como base o número de mortes de crianças durante o seu primeiro ano de vida observada durante um ano, tendo como parâmetro de comparação o número de nascidos vivos no mesmo período. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o índice considerado aceitável é de 10 mortes para cada mil nascimentos.

A diminuição da taxa de mortalidade infantil é considerada um dos melhores indicadores de crescimento de uma nação. Alcançar essa redução significa aumentar a expectativa de vida dos cidadãos.

A busca pela redução dessa taxa no Brasil em no mínimo 5% ao ano, com foco na mortalidade neonatal, faz parte de um projeto maior, o 'Pacto pela Redução da Mortalidade Infantil Nordeste-Amazônia Legal'. O principal desafio apontado pelo Governo Federal é pactuar ações e recursos prioritários na atenção ao parto e à criança nessas regiões.

Para chegar a esse índice, segundo Nadieje Góes, coordenadora do Programa Municipal da Saúde da Criança e do Adolescente, o trabalho precisa começar no momento da gestação. "Se a mulher não tem um bom acompanhamento de sua gravidez, com exames periódicos e consultas oferecidas pelas Unidades Básicas de Saúde, a criança pode nascer com algumas anormalidades, como a desnutrição ou o baixo peso", explica ela.

Amamentação

Outra preocupação é com a amamentação dos recém-nascidos. "Assim que a criança nasce, o alimento mais importante para ela é o leite materno. Ao longo dos anos, as mulheres foram deixando mais de amamentar, devido à necessidade de trabalhar. Hoje, há a garantia de licença maternidade por seis meses. Esperamos que, com isso, as mães sejam estimuladas a amamentar mais seus filhos", ressalta a coordenadora.

"O Ministério preconiza que durante os primeiros seis meses a criança seja alimentada apenas com leite materno. Alguns pediatras introduzem outros alimentos a partir do quarto mês, a depender da evolução nutricional da criança. Mas isso não quer dizer que a partir daí a mãe deve desmamar", afirma Nadieje. Ela enfatiza ainda que uma criança amamentada ao seio fica livre de várias doenças, dificilmente tem cólica, pneumonia e infecção respiratória.

Metas

Para continuar diminuindo o índice de mortalidade de Aracaju, a Prefeitura Municipal firmou com o Ministério da Saúde o Pacto pela Saúde. A meta é reduzir o índice dos atuais 16,73% para 15,13%, já em 2011.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a redução continuada da taxa de mortalidade infantil na capital sergipana tem como base quatro principais eixos: a gestão do cuidado no pré-natal; no parto e no puerpério; no nascimento; e nos primeiros dois anos de vida.

Um dos principais programas que irão tornar essa redução possível é a Rede Amamenta Brasil, realizado em parceria com o Governo do Estado e o Governo Federal. "Nós conscientizamos as pessoas, as mães e os grupos sociais sobre a importância do aleitamento materno, através de atividades educativas e pedagógicas nas escolas, sempre buscando parcerias", diz Nadieje.

A coordenadora ressalta ainda que, para trabalhar nesse processo de conscientização, estão sendo capacitados não apenas os enfermeiros, mas também os demais funcionários da Unidade de Saúde da Família (USF). "Qualquer mãe que procurar uma das unidades [nos bairros Santa Maria, Coqueiral, Soledade, Bugio e povoado de Areia Branca] será bem orientada por qualquer um dos nossos funcionários", garante ela.