Participação cidadã é referência no Programa Nacional de Inclusão de Jovens

Educação
26/05/2010 14h16
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Resultado de uma ação integrada, voltada para o desenvolvimento de cidadãos com idade entre 18 e 29 anos, o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano) tem tido como importante instrumento de integração do currículo o Plano de Ação Comunitária (PLA), desenvolvido, avaliado e sistematizado no componente curricular Participação Cidadã.

Até o final dos 18 meses de duração do curso, os alunos do Projovem Urbano estarão empenhados na construção de um mapa de desafios da comunidade, baseando-se no conhecimento da realidade social ou local em que estão inseridos para a execução de ações que refletem a experiência do trabalho cooperativo e a responsabilidade solidária.

As ações do PLA, elaborado por alunos de diferentes turmas do Projovem Urbano, estão sendo fundamentadas em temáticas como: preconceito ao bairro Santa Maria, violência urbana e uso de drogas. Na última semana, uma palestra sobre enfrentamento à violência, ministrada pela professora-especialista e consultora técnica do Tribunal de Justiça de Sergipe, Josevanda Franco, atraiu cerca de 300 jovens provenientes do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Lamarão e da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dom José Vicente Távora ao auditório da Sociedade Semear, localizada no bairro São José.

Na mesma ocasião, os malefícios causados pelo uso de drogas foi tema de uma nova palestra ministrada pela policial militar Geovana Braz, que atua no Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). "Para melhor aconselhar os jovens a não utilizar as drogas como refúgio, eles conheceram algumas substâncias químicas capazes de provocar alterações dos sentidos, bem como as consequências físicas e sociais do seu uso. Nesse sentido, o Proerd e o Projovem Urbano podem unir forças na tentativa de conscientizá-los e, em consequência, alcançar outros integrantes das comunidades", explicou Geovana Braz.  

Demonstrando interesse pelas discussões sobre o Sistema de Garantia de Direitos com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), o jovem Fabrício Barbosa, 20 anos, que participa do Projovem Urbano no Cras Lamarão, se sentiu contemplado por adquirir novos conhecimentos. "Tratar de assuntos relacionados ao exercício da cidadania é uma forma de tomar posse dos meus direitos e exercer ainda mais os meus deveres. Posso assegurar que já começamos a exercê-los quando elaboramos um vídeo documentário sobre a violência no trânsito", afirmou.

Valorização

Além da promoção de palestras e elaboração de vídeos documentários, outras ações do PLA, a exemplo de peças teatrais e composição de músicas, são desenvolvidas pelos alunos no próprio núcleo onde ocorrem as ações do Projovem Urbano e em organizações sociais da comunidade. No núcleo da Emef. Diomedes Santos Silva, cerca de 150 alunos realizaram uma mostra cultural na tentativa de evidenciar as potencialidades do bairro Santa Maria.

De acordo com a assistente social e educadora da disciplina de Participação Cidadã, Valdecy Farias, partiu dos jovens a necessidade de tratar do preconceito ao bairro, percebido, principalmente, entre moradores de outros pontos da capital. Diante desse diagnóstico, apresentado após execução de um mapa de desafios, foram realizadas visitas aos centros de referência, postos de saúde, igrejas, delegacias, escolas e organizações não-governamentais localizadas no Santa Maria.

"A intenção foi tornar conhecido o trabalho desenvolvido nesses órgãos para que os alunos percebessem o que há de melhor na localidade. Logo em seguida, foram realizadas na Emef. Diomedes Santos Silva apresentações de capoeira, hip hop, kung fu, may tay e quadrilha junina, que serviram para estimular nos alunos o sentimento de orgulho por estarem tão próximos a tantos talentos. O próximo passo será a exibição do vídeo documentário ‘Nossa Comunidade é show'", detalhou Valdecy (conhecida como Cicy), que se alegra ao perceber que os jovens estão fazendo bom uso das discussões sobre políticas públicas, indo em busca dos seus direitos.