Escola de Artes homenageia João Rodrigues

Cultura
31/05/2010 09h53

A Escola de Artes Valdice Teles (EOAVT) organizou mais uma edição do projeto ‘Na Calçada da Valdice Tem... ’, dedicada ao músico e compositor João Rodrigues, que faleceu em 2009. Ele faz parte da geração que difundiu o choro em Sergipe, compôs por mais de meio século e deixou um grande acervo de partituras. A programação aconteceu na última sexta-feira, 28.

O diretor da EOAVT Eugênio Enéas explica que o projeto ‘Na Calçada da Valdice Tem...’ objetiva mostrar o que é produzido na escola, além de ser um momento de socialização entre alunos, professores e público. “João Rodrigues foi um grande músico, além do resgate de suas composições mostramos como elas estão inseridas no contexto do choro brasileiro. Dessa forma as apresentações sempre têm um caráter didático”, ressalta.

Durante a noite, amigos e familiares relembraram momentos que viveram com o músico. O cantor Mingo Santana conta que foi um grande amigo que João Rodrigues, com quem compôs cinco músicas. “Ele foi um exemplo de dedicação. Cultivava poucas amizades, era muito firme e positivo. Sempre cobrava muita dedicação nos estudos musicais”. Mingo ressalta ainda que é necessário fazer um registro dos músicos e artistas, para que essas memórias não se percam.

Memórias

O músico Valdeliro Santos, que foi aluno de José Rodrigues, diz que é necessário que as composições sejam gravadas, senão cairão no esquecimento. “Nós precisamos recuperar e gravar suas músicas, se isso não foi feito em vida pode ser feito agora. Ele é como Beethoven, Chopin, Mozart. Para mim ele é imortal”, disse emocionado. 

Valdeliro lembra que João Rodrigues era um homem calado, que dedicou a vida à música. “Ele tocava, compunha e ensinava, além de escrever as próprias partituras, era um músico completo. É um dos melhores momentos de minha vida poder prestar essa homenagem”.

João Rodrigues não teve filhos, nem manteve um relacionamento próximo com a família. Gilda de Jesus, sobrinha do músico, conta que veio ter contato com o tio quando ele já estava muito debilitado, sabia que ele tocava, mas nunca viu nenhuma apresentação dele. “Estou achando essa homenagem linda, para mim foi uma grande oportunidade de ouvir as músicas dele”, revela.