Forró Caju esquenta venda de instrumentos musicais

Agência Aracaju de Notícias
08/06/2010 09h00
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Por Agatha Cristie

Por meio do Forró Caju, a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) investe na cultura local e aquece o mercado da música sergipana no período junino. Este ano, de cada 10 atrações da festa mais aguardada pelo aracajuano sete são locais. Para fazer bonito no evento, além de ensaiar, preparar figurinos e acertar os passos das coreografias, os artistas sergipanos buscam os melhores instrumentos musicais.

"As vendas de instrumentos musicais aumentam sempre neste período de festejos juninos. Isso é reflexo do incentivo à cultura local. Quando o artista é de casa, ele compra seus instrumentos na capital, gerando mais dinheiro, imposto e trabalho para todos", destaca o músico Mingo Santana, proprietário de uma loja de instrumentos no Calçadão da rua Laranjeiras, no Centro de Aracaju.

Para ele, o Forró Caju só traz benefícios para a cidade. "É preciso ser bairrista e continuar incentivando nosso elenco de músicos. A cada ano que passa melhoramos nesse sentido. Um estado que tem músicos maravilhosos como Amorosa e Erivaldo de Carira sabe como botar o povo pra dançar", ressalta Mingo Santana.

Estilos

O ritmo acelerado do forró eletrônico, estilo tocado pela banda Calcinha Preta, por exemplo, tem atraído cada vez mais os jovens, estimulando a formação de bandas e o estudo técnico da música. Com isso, instrumentos como guitarra, baixo, bateria e percussão são cada vez mais procurados nas lojas especializadas.

"A Calcinha Preta, que é daqui de Sergipe, é um exemplo de competência administrativa e de inovação cultural. Sempre preocupada em trazer novidades para o público, a banda mantém viva a necessidade de renovação na música", reforça Mingo.

Já os artistas que não dispensam o tradicional forró pé-de-serra buscam principalmente a zabumba, o triângulo e o indispensável acordeom, instrumentos também bastante procurados por grupos folclóricos, que nesta época são convidados a se apresentar em vários eventos, por serem autênticos representantes da cultura local.

Tradições

A Banda de Pífano Saramandaia, de Capela, é uma das mais antigas do gênero em Sergipe. O músico ‘Zezinho da casa de farinha', como é conhecido em Japoatã, sua terra natal, é o marcador da banda. Ele aprendeu a tocar zabumba aos 11 anos com seu avô e com seu pai, e acredita que sua grande tarefa é passar esse conhecimento para a próxima geração.

"É preciso manter vivo o folclore. Meu avô e meu pai eram roceiros, hoje eu já tenho uma vida melhor do que a que eles tiveram, mas mesmo que não fosse dessa forma, eu continuaria tocando. Sou feliz porque hoje contribuo para que a nossa cultura não se acabe", declara Zezinho.