O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, participou na noite desta terça-feira, dia 8, da entrega do Prêmio Líderes e Vencedores. O evento, que aconteceu no Centro de Convenções de Sergipe (CIC), contou com a presença de diversas personalidades do mundo empresarial e político, e foi realizado pela Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese).
A premiação acontece a cada dois anos e faz referência ao reconhecimento público de empresários, instituições e personalidades que têm serviços prestados de notória relevância social e comunitária. Essa é a sétima edição do prêmio, que destacou o papel de sete pessoas na sociedade sergipana.
Este ano foram homenageados na categoria Destaque Comunitário - Entidade Pública ou Privada - a TV Sergipe, com o programa Mãos Amigas; Pessoa Física - Maria Lúcia Prado Menezes; Destaque Empresarial/Empresário do Comércio - Hugo França, da Fecomércio; Empresário da Indústria - Jairo Lima Carvalho, das Confecções Grippon; Empresário da Agropecuária - Geraldo Soares Barreto, da Fazenda Campo Verde; Empresário do Setor de Serviços - Eduardo Alves Montovani, da Energisa; e na categoria Destaque Profissional - Antônio César de Santana, superintendente do Banco do Nordeste.
Para o prefeito Edvaldo Nogueira, em Aracaju existem pessoas empreendedoras e que têm a responsabilidade de fazer o estado crescer. "Esse prêmio nos mostra que podemos contar com seres humanos com capacidade, comprometimento e ousadia. Isso se reflete na economia, pois nos últimos anos o Brasil cresceu bastante", observou. Ele ainda aproveitou a oportunidade para parabenizar todos os homenageados.
O presidente da Acese, Sadiz Gitz, enfatizou o trabalho social desenvolvido na capital e no interior sergipano. "Em Sergipe há muitas pessoas que trabalham pelo social, por isso resolvemos realizar essa premiação. Assim, a população pode conhecer um pouco mais da história dessas pessoas", comentou.
História
O Prêmio Líderes e Vencedores foi instituído em 1997 com o objetivo de incentivar os empresários e os profissionais sergipanos à prática da responsabilidade social através da ajuda para com o próximo. Na época, o então presidente da Acese, José Moura Filho, queria uma forma de incentivar os empresários a praticar boas ações.
Ele se inspirou em uma premiação semelhante que era realizada no Sul do país por uma entidade ligada ao setor empresarial. "A Acese tem um grande papel na nossa sociedade, e com o prêmio despertamos nos empresários e em entidades de outros segmentos a praticar solidariedade, deixando um exemplo de cooperação e participação no processo de construção de um mundo melhor", destacou Sadiz Gitz.
Confira a biografia dos homenageados:
Geraldo Soares Barreto
Nascido em Aracaju, em 1945, Geraldo Soares Barreto tem orgulho de ser sergipano e só deixou sua terra para estudar agronomia em Salvador, Universidade Federal da Bahia. Aos 23 anos formou-se e retornou para Aracaju onde iniciou sua vida profissional prestando assistência técnica na área. Foi prefeito do Campus da Universidade Federal de Sergipe, e teve participação ativa no processo de construção da Cidade Universitária. Desde então, Geraldo Barreto ocupou diversos cargos em instituições públicas, onde cresceu profissionalmente e se destacou por suas ações sociais e compromisso com o bem comum. A última entidade em que atuou foi o Fórum Empresarial de Sergipe, onde foi coordenador em 2009.
Depois de um tempo ocupando funções junto a órgãos públicos, Geraldo decidiu se dedicar exclusivamente às atividades em sua fazenda Campo Verde, onde desenvolve programas de engorda de bovinos com gestão empresarial e aplicação de tecnologias, setor em que se destaca nacionalmente. Hoje, através do trabalho realizado por Geraldo, a Campo Verde é referência para universidades e empresas de insumos, bem como na área de bem-estar social animal. Enquanto no Brasil menos de 1% dos trabalhadores rurais tem carteira assinada, na Campo Verde os funcionários são amparados por todas as normas trabalhistas e previdenciárias, estimulo por produtividade, entre outros benefícios.
Jairo Lima Carvalho
Nascido no município de Itabaianinha, em 1949, Jairo Lima Carvalho começou trabalhar na roça com os pais ao sete anos. Aos 21 anos decidiu ir embora para São Paulo onde trabalhou por vários anos em bares, restaurantes e em uma empresa de ônibus. Depois de ser balconista por vários anos, ocupou a função de gerente e decidiu que precisava abrir seu próprio negócio. Em 1976, instalou uma pequena fábrica de camisas. O negócio foi se expandindo e Jairo nutria o sonho de ser empreendedor na sua cidade natal, de modo a mudar a vida daquelas pessoas do interior onde nascera.
A pequena fábrica se expandiu e passou a vender no varejo. Trabalhando junto com os irmãos, 30 anos após fundar seu próprio negócio, Jairo decidiu que estava na hora de começar colocar seu sonho em prática. E assim deu início à criação de um pólo industrial em Itabainainha. O sonho se concretizou. A partir desse pólo industrial, em que dezenas de fabriquetas costuram não só para a Grippon, mas para diversas marcas e grandes indústrias reconhecidas nacionalmente, Jairo mudou a vida de 4 mil conterrâneos que hoje têm emprego e renda. Essa mudança se refletiu em toda cidade.
Hugo Lima França
Nascido no município de Nossa Senhora do Socorro, Hugo Lima França é empresário há 25 anos. Aos 18 veio trabalhar em Aracaju descarregando caminhão na rua Santa Rosa, na empresa JC Barreto. Ele também concluiu o segundo grau na capital, estudando no Colégio Costa e Silva. Ao falar de sua formação, Hugo se diverte afirmando que seu único diploma é de datilografia. Durante 15 anos se dedicou aos trabalhos na empresa, e por sua responsabilidade e compromisso chegou a ocupar a gerência da firma onde começou sua carreira profissional, saindo apenas para abrir seu próprio negócio no ramo atacadista, e assim iniciar sua própria história no comércio aracajuano.
TV Sergipe - projeto Mãos Amigas
O projeto passou a integrar a produção do departamento de jornalismo da TV Sergipe em 2003, por iniciativa da equipe do telejornal SETV 1ª Edição, à época liderado pela editora-chefe Rosa Vasconcelos e pela chefe de redação Anna Paula Ferreira Cardoso. Hoje, Mãos Amigas tem como líderes a atual editora-chefe do SETV 1ª Edição, Glice Rosa, e a chefe de redação Rosa Vasconcelos. O projeto tem por finalidade incentivar a solidariedade, reunindo pessoas representativas da sociedade sergipana em equipes competitivas para auxiliar instituições de reconhecido valor social.
Nesses sete anos de atividade, o Mãos Amigas, através da gincana solidária, já ajudou 16 instituições e três bairros de Aracaju. O sucesso do projeto acontece por meio da competição saudável entre as equipes para verificar quem consegue arrecadar mais donativos. São adquiridos anualmente doações de toneladas de alimentos, roupas de cama, mesa, banho; reformas em prédios; depósitos de valores em dinheiro nas contas correntes; novos sócios voluntários que se comprometeram a contribuir, pelo menos, por um ano com uma mensalidade; e até veículos zero quilômetro e apartamentos já foram doados às equipes da gincana.
Antônio César de Santana
Sergipano natural de Propriá, no Baixo São Francisco, Antônio César de Santana mudou-se para a capital para estudar, onde formou-se em economia pela Universidade Federal de Sergipe e fez pós-graduação em Gestão Financeira pela Universidade Tiradentes. Aos 43 anos, Antônio César já está na Superintendência do Banco do Nordeste do Brasil em Sergipe desde março de 2008, mesma empresa onde começou sua carreira profissional em 1984, como bancário aprendiz.
Ocupou as funções de chefe de seção rural e chefe de setor operacional, ambas em Própria. Também foi orientador de crédito da Cenop-Aracaju. A competência, iniciativa e dedicação deste sergipano deram a ele a oportunidade de galgar uma grande carreira profissional chegando a ocupar a função de gerente de negócios das agências do Siqueira Campos e do Centro; e de gerente geral do BNB nos municípios de Laranjeiras, Boquim e Itabaiana (SE), alcançando o topo de sua carreira como superintendente estadual em Sergipe. Durante sua carreira, se destacou pelas ações de apoio e incentivo ao desenvolvimento econômico do interior através do incentivo ao pequeno e médio empresário, além do apoio a projetos na área rural das regiões onde atuou.
Eduardo Alves Mantovani
Mineiro, formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Juiz de Fora e pós-graduado em Gestão da Qualidade e Engenharia Econômica, com MBA em Gestão Executiva Empresarial, está em Aracaju há 12 anos onde participou do processo de privatização da antiga estatal Energipe, hoje Energisa. Aos 54 anos, casado, e com duas filhas, Eduardo Mantovani foi contratado pelo Grupo Energisa, onde percorreu diversos departamentos da concessionária, desde a área técnica da distribuição, passando pela área comercial, administrativa, como também no setor de geração de energia.
Após o projeto de privatização da Energipe, assumiu a Diretoria Técnica e Comercial da empresa e, desde 2008, ocupa a cadeira de diretor presidente da Energisa, função na qual se destaca pela preocupação e atuação em projetos de grande abrangência social. Entre esses projetos estão a troca de 1.378 geladeiras de famílias de baixa renda; substituição de 7.516 lâmpadas e renovações de instalações elétricas internas através do Programa Energisa em Minha Casa, que abrange o bairro Santa Maria; expansão de projetos que beneficiam moradores da zona rural; ações de arrecadação de alimentos para vítimas das chuvas em Sergipe e de apoio a instituições sociais.
Maria Lúcia Menezes
Aracajuana e filha de família nobre, com apenas seis anos de casada ela decidiu abrir mão de todos os bens materiais para se dedicar aos humildes e carentes de assistência material e espiritual. Religiosa, mãe de quatro filhos e cinco netos, Maria Lúcia enfrentou críticas e muito preconceito para levar sua missão adiante. Inicialmente passava dias e noites nas ruas de Aracaju, nos presídios e na ntiga lixeira do bairro Santa Maria ajudando moradores de ruas e famílias que trabalhavam colhendo sobras no lixão.
Hoje, 30 anos depois de iniciar sua peregrinação de trabalho em benefício dos irmãos carentes, ela diz que sua fé lhe trouxe onde está e assegura: "no dia que minha fé acabar, tudo isso aqui também acabará". O trabalho evoluiu para o 'Projeto Casinha de Jesus', onde ela e alguns amigos distribuem mais de 500 refeições diariamente, dão assistência a 200 crianças em sistema de creche e escolinha e ainda oferecem saúde básica e especializada para os assistidos pelo projeto e para os moradores do bairro Santa Maria, onde está instalado o prédio da instituição.