Quinta noite do Forró Caju é embalada pelo saudosismo

Agência Aracaju de Notícias
23/06/2010 01h50
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A quinta noite do Forró Caju foi marcada pelo saudosismo. O Trio Nordestino, segunda atração desta terça-feira, trouxe a lembrança dos dias de juventude para o público de meia e terceira idade que prestigiou o grande festejo junino da capital. Criado há 52 anos na cidade de Salvador, o trio tem hoje uma nova formação que preserva a essência da época de sua criação e encanta a todos os admiradores do forró tradicional.

Acompanhado pela esposa, o motorista Antônio dos Santos garantiu que o Trio Nordestino foi a sua motivação para curtir a festa nesta terça. "Nós adoramos esse estilo de forró. Não há nada igual ao forró pé-de-serra. Eram essas músicas que tocavam quando eu era adolescente, muitas delas foram parte de eventos que recordo até hoje", conta.

Reforçando a admiração do casal pela atração cinqüentenária, a esposa de Antônio, a professora Gilda Nascimento destacou o encanto que o trio desperta na atual juventude. "Olhando para os lados a gente nota que muitas das canções são conhecidas pela maioria das pessoas, inclusive pelos jovens. Isso mostra que tudo aquilo que é bom permanece", afirmou.

Segundo a professora, além do ecletismo, as músicas têm uma consistência que não se encontra facilmente. "As letras estão conectadas com a realidade. Elas falam, por exemplo, do cotidiano e do sofrimento do trabalhador nordestino, o que, a meu ver, as tornam ainda mais belas", opinou.

Preservação

Conhecedor do Trio Nordestino há mais de três décadas, o sapateiro Arivaldo Ribeiro frisou sua surpresa com a preservação da essência musical do trio. "Essas músicas eu ouço desde os anos 70. Eu vi o grupo mudar as formações algumas vezes, mas acho impressionante como eles ainda mantêm o mesmo estilo. Isso é ótimo porque muitos de nós, mesmo existindo hoje tantas outras variações de forró, ainda preferimos o pé-de-serra", ressaltou.

A dona de casa Maria de Lurdes Santos compartilhou da mesma idéia. "Tem muita música boa hoje, mas elas não se comparam as de antigamente. Se não fossem tão boas não seriam tão conhecidas ainda hoje. Todo mundo conhece ‘Procurando Tu', por exemplo. Assim que eles falam ‘um nenê bonitinho' a gente canta junto: ‘bonitinho, safadinho, sem vergonha como eu'", destacou.

Aos risos, Maria de Lurdes disse ainda que as lembranças em shows assim são inevitáveis. "Não tem sensação melhor do que dançar com seu marido ouvindo uma música que você ouvia quando estava começando a namorar. Além de ouvir músicas muito boas, a gente se alegra e se diverte lembrando vários momentos, que mesmo tendo acontecido há muitos anos a gente ainda guarda no coração", disse.