O Forró Caju não é motivo apenas para curtir dançando e cantando músicas que embalam a multidão. O evento é também uma oportunidade de trabalho para centenas de pessoas, que buscam durante os 12 dias de festa uma renda extra. De comerciantes de bebidas aos taxistas, o Forró Caju aquece a economia e é uma importante alternativa de renda para trabalhadores, que chegam a ganhar mais de R$ 500 por dia.
A chuva que caiu durante a madrugada foi comemorada pelos ambulantes de guarda-chuva. "Pra mim foi uma maravilha", comemora Luciana Pontual, que vende o guarda-chuva a R$ 10. "Eu trabalho há 3 anos como ambulante e estou sempre em festas vendendo o meu produto. Vou confessar que o Forró Caju é a melhor de todas para ganhar um dinheiro a mais", disse.
Ao lado de sua filha, a vendedora Luciana Pontual diz que chega a vender uma média de 50 guarda-chuvas por noite. "Se eu disser que já comprei um carro, você acredita? Foi um carro usado, mas eu consegui comprar com a renda daqui do Forró Caju. Vou continuar vendendo até o último dia", disse orgulhosa. "Espero que continue chovendo", brinca.
Paulo do Nascimento, que trabalha como taxista há 20 anos, disse que, apesar do esforço em manter-se acordado durante a noite e a madrugada, a renda extra que consegue no deslocamento dos forrozeiros compensa ao final do dia. "Sou pai de família e esse é meu trabalho. Tenho que correr atrás de renda e por isso estarei todos os dias no Forró Caju", disse.
Segundo o taxista em uma noite de grande movimento é possível rodar até 300km, distância percorrida em três dias comuns. "Dá pra conseguir mais de R$ 200 por dia no Forró Caju. Vai depender muito do cansaço. Sempre tem um limite e eu não o ultrapasso. Mas desde que começou a festa estou marcando presença e levando os passageiros para casa com segurança", registra.
Oportunidade
Outro mercado que movimenta um grande número de trabalhadores é o de segurança e vigilante. Ronaldo Dutra, 21 anos, após cursar aulas práticas de vigilância, viu no Forró Caju a oportunidade de colocar em prática seu aprendizado. "Fiz um curso de vigilância e fiquei sabendo que uma empresa estava contratando. Consegui o trabalho e espero após isso me efetivar como vigilante", explica.
Atuando no Camarote da Acessibilidade, um espaço exclusivo montado pela Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) para atender o público portador de necessidade especial, o jovem vigilante Ronaldo Dutra recebe R$ 30 por noite. "Além do dinheiro, que é sempre bom, espero aprender muito para seguir trabalhando na área", confessa.