A Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), realizou a retirada de parte de uma baleia morta encontrada na faixa de areia da praia de Aruana. A equipe de limpeza entrou em ação de imediato após ser acionada na manhã desta segunda-feira, 23.
"No início da manhã deslocamos uma equipe para o local com o apoio de um trator e uma retroescavadeira", informa o coordenador de Aterro Controlado da Emsurb, Reinaldo Souza. Segundo ele, o trabalho seguiu as orientações de biólogos do Instituto Mamíferos Aquáticos, que explicaram com detalhes o procedimento adequado para a retirada do animal.
Assim que a retirada foi encerrada, a equipe da Emsurb adotou todas as providências indicadas. "Como em outros casos, enterramos a baleia na faixa de areia acima do limite da zona de maré. Cavamos um grande buraco, deixando a carcaça a mais de um metro de profundidade", explica o coordenador de Aterro Controlado da Emsurb.
De acordo com Reinaldo Souza, o trabalho de limpeza do local foi realizado com urgência em razão do estado do animal. "O cheiro forte e o risco de contaminação exigiu uma ação rápida da equipe. Fizemos toda a limpeza da área onde o animal estava para evitar riscos à saúde pública", ressalta.
Acompanhamento
Os biólogos Rodrigo Terra e Amanda Reis, coordenadores do Instituto Mamíferos Aquáticos, uma organização não-governamental que monitora o encalhe de animais em rios e mares na faixa litorânea entre a Bahia e Sergipe, acompanharam de perto o trabalho da equipe de limpeza da Emsurb e analisaram as possíveis causas do incidente.
"Não é a primeira vez que isso acontece em Sergipe. A partir de 2004 foi registrada a existência desses mamíferos no litoral sergipano e desde então passamos a monitorá-los", diz Rodrigo Terra. "A baleia encontrada na Aruana estava em um estado de decomposição avançado e não foi possível a realização de necropsia. Não sabemos exatamente o que aconteceu com o animal, mais uma das principais causas de encalhe é o stress, que pode ser ocasionado por diversos fatores e um deles é o fluxo de embarcações em seu habitat", explica o biólogo.
Segundo Rodrigo, a baleia encalhada é da espécie jubarte. "A formação esquelética indica que é uma baleia da espécie jubarte. Vamos preservar a ossada para um estudo posterior. Para isso estamos marcando o local do enterro com um aparelho GPS e em um outro momento iremos fazer uma análise com mais profundidade", revela.
Orientação
Rodrigo Terra esclarece que é preciso seguir algumas orientações em caso de encalhe de animais em mar ou rio. "Pedimos para que as pessoas para não se aproximem porque qualquer reação do animal pode se tornar um perigo", coloca. Quem encontrar um mamífero aquático encalhado (baleia ou boto) ou morto deve avisar ao instituto através dos telefones 8113-8863 ou 9815-5409.
