Professores debatem violência e exploração sexual contra crianças e adolescentes

Educação
09/09/2010 08h54
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Na tarde dessa quarta-feira, 8, professores de educação infantil e especial da rede municipal de ensino participaram de uma oficina do programa de formação continuada ‘Horas de Estudo' sobre o Sistema de Aviso Legal por Violência e Exploração Sexual contra a Criança e o Adolescente (Salve). Promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), a oficina aconteceu Centro de Aperfeiçoamento de Recursos Humanos (Cemarh), localizado no bairro Siqueira Campos.

As técnicas da Semed Ana Maria de Araújo e Rosa Cristina Ettinger deram início às atividades, apresentando um documentário que trata de casos de crianças e adolescentes vítimas de violência. Além disso, foi destacada a importância do Salve no sentido de favorecer ações articuladas entre os profissionais e órgãos que lidam com crianças e adolescentes com o intuito de garantir a notificação de casos de violação de direitos.

"Cabe a cada professor notificar os casos às autoridades competentes, se ele perceber algum tipo de violência sofrida por algum de seus alunos", explicou Ana Maria Araújo. "Segundo pesquisas, a criança que sofre algum tipo de abuso tem dificuldade de falar, de aprender. Por isso é importante tratar dessa problemática tão grave, afinal o abusado de hoje pode ser o abusador de amanhã", acrescentou.

Cartilha

Durante a oficina, os professores tiveram acesso à cartilha do Salve, que relata as várias formas de violência contra a criança e o adolescente, sejam elas físicas, psicológicas, sexuais ou ainda a negligência. "A negligência se caracteriza pela omissão de cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e do adolescente. Ela se manifesta de várias formas, entre elas o acompanhamento precário à saúde, desnutrição, ausência de acompanhamento do rendimento escolar e a não efetuação da matrícula escolar na idade certa", enfatizou Ana Maria.

Para Rosa Cristina Ettinger, a cartilha é de suma importância para orientar os educadores sobre a forma correta de tratar da violência em sala de aula. "Com a implantação da cartilha Salve, nós temos oferecido a esses profissionais oportunidades de discutir a violência que afeta milhares de crianças e adolescentes em todo o Brasil", explicou Ettinger, que ainda advertiu que o futuro é incerto para uma criança que carrega a cicatriz da violência em sua vida.

Motivados com a proposta de desenvolver um trabalho de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes, os participantes da oficina ainda realizaram dramatizações nas quais representaram o agente causador de maus-tratos sofridos pela população infanto-juvenil.

Compromisso

Professora da rede municipal de ensino há 24 anos, Marielse Nascimento atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santa Rita de Cássia, localizada no bairro América. Ela declarou já ter notificado casos de agressão ao Conselho Tutelar da região. "Não é preciso ser um educador para ajudar quem está numa situação de risco. Basta notificar os órgãos competentes, orientar e acompanhar o caso, garantindo a efetivação dos direitos infanto-juvenis", disse Marielse.