Escolas municipais participam do encerramento da Semana da Acessibilidade

Educação
24/09/2010 21h07
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Encerrando a 4ª Semana da Acessibilidade, alunos, professores e coordenadores das escolas municipais de Ensino Fundamental (Emefs) Presidente Vargas e Oscar Nascimento prestigiaram as atividades deste último dia do evento, 24. Com uma programação esportiva, o público que esteve presente no ginásio Constâncio Vieira assistiu aos jogos de futebol de salão liderados pelos jovens atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos (Apada) e ao jogo de basquete promovido pelos integrantes da Seleção Sergipana de Basquete em Cadeiras de Rodas.

A técnica da Coordenadoria de Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação (Semed), Fátima Diniz, conta que as escolas da rede municipal de ensino, em sua maioria, estão prontas para receber alunos com deficiência. "As escolas inauguradas recentemente já possuem todo suporte necessário para receber esse público especial, já as mais antigas passam por reformas", ressaltou a técnica. Fátima ainda afirma que a Semed promove, constantemente, cursos de capacitação para professores acerca da temática.

Além disso, algumas escolas já estão munidas das chamadas ‘Salas de Recurso', nas quais o aluno com deficiência recebe atendimento específico. "O resultado do trabalho pedagógico desenvolvido nas unidades escolares pode ser visto em eventos como esse, que servem de lição para essas crianças e jovens, pois eles aprendem que todos são capazes apesar das diferenças", explicou Fátima, ao frisar que a inclusão de deficientes em práticas esportivas é uma lição de vida para todos. "Todos os anos trago os alunos da rede municipal para participar da Semana da Acessibilidade. Afinal, é uma aula viva de superação", enfatizou a técnica.

Troféu Pipiri

Fátima Diniz foi uma das homenageadas na solenidade de entrega do Troféu Pipiri que ocorreu nessa terça-feira, 21, no Tribunal de Justiça de Sergipe. Há 20 anos a frente da Coordenadoria de Educação Especial da Semed, Fátima conta que é motivo de alegria ser reconhecida pelo trabalho desempenhado. "Quando comecei a atuar na área, éramos uma espécie de embrião. Hoje estamos fortalecidos e eu percebo que nada foi em vão", emociona-se, ao lembrar dos desafios enfrentados pela equipe.

Oscar Nascimento

Na Emef Oscar Nascimento a comunicação é a palavra de ordem, segundo a coordenadora geral Delma Araújo. Ela conta que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é ensinada para toda a comunidade escolar. "Recebemos alguns alunos com deficiência auditiva, daí a importância de ensinar Libras para todos os alunos", explicou. "Além de deficientes auditivos, temos também deficientes intelectuais, por isso nos dispomos a desenvolver atividades para que todos os alunos se sintam incluídos", acrescentou a coordenadora.

Dentre as atividades desempenhadas na Emef, está o coral dos estudantes deficientes auditivos. "É importante saber valorizar as diferenças, afinal a sociedade que exclui um indivíduo é uma sociedade prejudicada. É necessário incluir para superar barreiras, como o preconceito e a negligência", destacou Delma.

Aluno da 4ª série da Emef Oscar Nascimento, Erick da Silva diz que ao aprender a linguagem de sinais ganhou uma amiga que foi a deficiente auditiva Carine Santos. "Hoje converso com ela e consigo entender o que ela quer transmitir, afinal estudo Libras há quase um ano", contou o menino.

Questionado sobre o que estava achando do futebol de salão comandado pelas equipes da Apada, Erick afirmou que é interessante a maneira como eles se superam. "É bonito assistir, eles não gritam, mas se comunicam com os gestos", explica. Ansioso pelo jogo de basquete, o aluno conta que admira a forma como os jogadores mexem com a cadeira e manejam a bola de basquete.

CAP

Os alunos do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP) também participaram do encerramento da semana. O órgão, mantido pela Prefeitura de Aracaju, através da Semed, atende pessoas de várias faixas etárias, oferecendo aos deficientes visuais auxílio na adaptação ao processo pedagógico. Na instituição, os alunos aprendem a desenvolver habilidades como locomoção independente, cálculo matemático (com a utilização do ‘soroban', espécie de ábaco de origem japonesa) e, principalmente, leitura em braile.

Para Danilo Silva, 16 anos, esta é a oportunidade para aqueles que como ele são apaixonados por esportes e tem algum tipo de deficiência. "Faço atletismo e arremesso de peso. Esporte para mim é sinônimo de liberdade, alegria", enfatizou o garoto, que já conquistou 21 medalhas, sendo 19 de ouro. "Adoro competir, tanto que estive nas últimas Paraolimpíadas Escolares, realizadas em São Paulo", comemorou Danilo.